O Brasil tem se destacado como o país de maior potencial na produção de alimentos particularmente em commodities que contribuem para o crescimento de nosso PIB e para a balança comercial. Sua posição atual como exportador de matérias-primas tem possibilidades de ganhar espaço como produtor e exportador de muitos outros produtos industrializados de origem em nossa agropecuária. As oportunidades e as demandas futuras no setor de comidas e bebidas foram apresentadas ao mundo, na feira conhecida como Anuga (em alemão Allgemeiner Nahrungs und Genussmittel Ausstellung), realizada de 7 a 11 de outubro, em Colônia, na Alemanha, com a participação de 7 mil expositores, de mais de 100 países, e 160.000 compradores de 190 países. Do Brasil, 16 estados estiveram presentes, entre eles São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais, Espírito Santo e Goiás.
Os principais agronegócios estiveram presentes, com destaque para as indústrias de suco de laranja e da carne. Trata-se de uma experiência única pela qualidade das apresentações e pela exposição de uma gama de produtos processados que mostra tendências e oportunidades para ampliar ou introduzir outros produtos para aumentar nossas exportações. O Brasil se apresentou como importante exportador de café cru, carne de frango industrializada, carne de peru industrializada, farelo de soja, goiaba, manga, mamão papaia, suco de laranja congelado e NFC. Estão em expansão as oportunidades para balas, bebidas alcoólicas e não alcoólicas, cereais, biscoitos, açaí, palmito entre outros.
Ao lado da variabilidade de produtos processados, a feira é uma oportunidade para a realização de negócios e para que possa avaliar as tendências da demanda dos mercados. O ambiente é rico em inovações, que estão sendo incorporadas nos produtos, e as exigências que todos os elos da cadeia produtiva sejam reconhecidos e acompanhados pelo consumidor. Seria difícil, sem correr o risco de visão distorcida da feira, destacar pontos que serão fundamentais na aceitação dos produtos no futuro, particularmente, na Comunidade Europeia. Tendência predominante é a continuidade dada ao enfoque para a prática de uma plataforma ética relacionada ao trato com os animais, à visão social e à preservação do ambiente. Nesse sentido a adoção de boas práticas será cada vez mais determinante na aceitação de produtos pelo mercado.
Seguindo o novo ambiente que se cria para o agronegócio, a sustentabilidade no setor de alimentos continua a crescer com destaque para os alimentos orgânicos. A adoção de boas práticas engloba decisões que vão além de tendências ideológicas de barreiras. A competição deverá estar fundamentada nos alicerces dos reflexos sociais e ambientais. A rastreabilidade passará a ser fortalecida particularmente com o progresso que se observa nas tecnologias virtuais do comércio online.
Fato fundamental a ser destacado na importância da feira de Anuga é a compreensão que nos leva ao novo posicionamento do produtor para entender a complexidade da cadeia produtiva para viabilizar a oferta de produtos in natura ou industrializado. A cadeia produtiva será forte e competitiva se incorporar rapidamente essas exigências do mercado. Somos parte de um todo e precisamos estar presentes para fortalecer as ações que levam à competição. Seria importante que mais representações de produtores se juntassem à compreensão e modernização da cadeia. O conceito único, embora essencial, de produzir bem e barato. Temos de fazer parte do movimento das boas práticas técnicas, ambientais, sociais e comerciais. A experiência do ambiente da Anuga poderá ser bem conhecida em 2019 quando a versão latino-americana da feira será realizada no Brasil.
Lourival Carmo Monaco – Presidente do Fundecitrus
Fonte: Fundecitrus