Com o apoio da WWF-Brasil, a Associação Brasileira de Produtores Orgânicos (ABPO) lançou nesta terça-feira (3/10) o “Protocolo de Carne Sustentável”, que certifica criações de bovinos com preocupação ambiental. Segundo a entidade, pecuaristas que decidirem aderir deverão adotar práticas como ajustes de pastagens para evitar a perda de nutrientes do solo. Além disso, não poderão utilizar produtos químicos e pastagens nativas do Pantanal, devendo ainda reforçar a proteção dos recursos hídricos e recuperar áreas degradadas.
A ideia é certificar principalmente os produtores da região do Pantanal. “Esse protocolo valoriza o homem pantaneiro, sua cultura e os processos produtivos que há mais de 200 anos preservam o bioma. Somente são admitidos animais comprovadamente nascidos no Pantanal e alimentados com pastagens naturais. Caso o produtor opte por fornecer grãos ao rebanho, eles precisam ser certificados e não-transgênicos”, disse Leonardo Leite de Barros, presidente da ABPO.
Pecuária preserva Pantanal
Desde 2003, o WWF-Brasil já apoiou a certificação de 180 mil hectares com pecuária sustentável no Mato Grosso do Sul.
Um estudo da ONG divulgado em junho indicou ainda que a pecuária vem colaborando para a preservação da região pantaneira. “Graças à pecuária tradicional do Pantanal, 82% da planície pantaneira ainda está preservada. A parceria com o setor produtivo é de fundamental importância para que nossa missão de produzir em harmonia com a natureza seja alcançada, garantindo a sustentabilidade socioambiental e econômica para esta e futuras gerações”, disse Júlio César Sampaio, coordenador do Programa Cerrado Pantanal do WWF-Brasil.
Além da WWF e a ABPO, outras entidades contribuem para o projeto “Protocolo da Carne Sustentável”. Ele está depositado na Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), é fiscalizado pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) e auditado pelo Instituto Biodinâmico (IBD).
Fonte: Gazeta do Povo