Os contratos futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) consolidaram a terceira queda consecutiva. Os principais vencimentos finalizaram o dia em queda de 1 a 1,25 centavos. O dezembro/17 fechou cotado a US$ 3,48 ¼, enquanto o março/18 fechou a US$ 3,61 ¼ o bushel.
Diante da falta de notícias, os preços do cereal ainda são influenciados pela safra americana. O milho foi pressionado negativamente por relatórios de rendimentos das lavouras melhores do que os esperados pelo mercado informou a Reuters.
O cenário tem gerado especulação no mercado de que o USDA pode elevar a produtividade do milho no próximo relatório de oferta e demanda que será divulgado no dia 12 de outubro. Em setembro, o órgão estimou o rendimento das lavouras em 179,82 sacas por hectare.
“Apesar das preocupações anteriores, a safra melhorou bastante e a colheita está avançando a um ritmo constante”, disse Phin Ziebell, economista do National Australia Bank, em entrevista a Reuters.
Essa semana, a INTL FCStone estimou a produtividade das lavouras americanas em 179,07 sacas do grão por hectare. O número está acima do estimado no mês anterior, de 176,65 sacas por hectare.
“Além disso, dificuldades de transportes pelo sistema de barcaças por alguns dos principais rios dos EUA (que estão com níveis muito baixos) aumentam os preços dos fretes e pressionam os prêmios no interior e também é fator de pressão na CBOT”, destacou a Granoeste Corretora de Cereais.
Paralelamente, as chuvas no Brasil também permanecem no radar do mercado. A expectativa é que os trabalhos nos campos ganhem ritmo com as precipitações.
Mercado brasileiro
Segundo levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, a saca subiu 12,50% em Sorriso (MT), cotada a R$ 13,50. Na região de Campinas (SP), a alta foi de 3,38%, com a saca cotada a R$ 30,60. Já em Campo Grande (MS), a alta foi de 2,56%, com a saca cotada a R$ 20,00.
Segundo o pesquisador do Cepea, Lucílio Alves, a postura do produtor em segurar as vendas resultou em uma firmeza no mercado ao longo do mês de setembro. Além disso, as exportações do cereal estão se consolidado e já totalizam 15 milhões de toneladas no acumulado entre fevereiro e setembro.
Para essa temporada, a estimativa da Conab é que sejam embarcadas 29 milhões de toneladas. Ainda na visão do especialista, o número poderá ser alcançado nesse ciclo. “Não será surpresa se as exportações superarem as 30 milhões de toneladas”, disse o pesquisador.
No Porto de Paranaguá, a saca do cereal caiu 1,79% e finalizou o dia a R$ 27,50. O preço foi pressionado pela queda da CBOT e do dólar.