O consumo de café no Brasil deverá crescer entre 3% e 3,5% em 2017 na comparação com 2016. O aumento reflete a maior demanda por produtos de melhor qualidade e também a expansão nos pontos de venda. A afirmação é do diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), Nathan Herszkowicz.
Segundo ele, no ano passado, o consumo interno foi de cerca de 21.2 milhões de sacas e pode chegar em 2017 a 22 milhões de sacas, em uma “hipótese otimista”, dado que o país ainda está em processo de recuperação econômica após dois anos seguidos de recessão. O volume leva em consideração cafés torrado & moído e solúvel.
“Esse aumento deve-se ao consumo de cafés de melhor qualidade, ao maior consumo entre a população jovem, à associação do benefício do café para a saúde e à ampliação dos pontos de venda”, disse Herszkowicz, em entrevista a jornalistas. “Tudo isso representa um estímulo ao crescimento”, acrescentou ele, após evento da Abic para premiar as melhores marcas de 2017, segundo o Programa de Qualidade de Café (PQC) da entidade.
Safra 2018
Embora a Abic não realize estimativas para a colheita de café do próximo ano, seguindo os números da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Herszkowicz disse que as perspectivas para a safra 2018 inspiram preocupação em razão da estiagem recente. “Já se começa a falar dessa temperatura muito alta, que os grãos ficaram miúdos, que pode prejudicar o pegamento”, afirmou o executivo da Abic.
Herszkowicz reforçou que há café no mercado após a colheita da safra deste ano, mas que a oferta para a indústria está seletiva, já que os produtores estão segurando o grão à espera de preços mais remuneradores.
O executivo disse ainda que há suporte aos preços locais pelos estoques enxutos de café no mercado interno, mas isso acaba sendo compensado pelas maiores reservas em dez anos nos Estados Unidos, de 7.6 milhões de sacas, que impactam os valores internacionais. “O que poderia impulsionar os preços aqui acaba sendo compensado pelos estoques lá fora”.
Fonte: Reuters