Tradicional da agricultura familiar, feijão fava se destaca como iguaria

Feijão fava tem algumas particularidades, como a tolerância à seca e às altas temperaturas, adaptação ao sistema de consórcio que predomina nas pequenas propriedades e riqueza em proteínas e aminoácidos essenciais. Foto: Divulgação

O feijão fava, típico do Nordeste, vem chamando a atenção da pesquisa por conta de sua aceitação entre a população e os preços interessantes que são pagos ao produtor, em grande parte na agricultura familiar.

Miguel Barreira, pesquisador da Embrapa e da Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba (Emepa), conta que esse feijão tem algumas particularidades, como a tolerância à seca e às altas temperaturas, adaptação ao sistema de consórcio que predomina nas pequenas propriedades e riqueza em proteínas e aminoácidos essenciais. Assim, ele satisfaz uma faixa expressiva dos pequenos produtores.

Esse tipo de feijão é muito consumido em bares, como aperitivo para acompanhar a cerveja. Ele passou a ter uma grande valorização, com preço de 25 reais no varejo e uma remuneração de 900 reais pela saca de 60 quilos ao produtor.

A cultura não deve manter a mesma base de preço com seu crescimento, mas para o momento atual, a manutenção é bastante expressiva para a agricultura familiar, que tem uma taxa de retorno de três reais para cada um real investido, já incluindo os custos indiretos.

O CULTIVO

O feijão demora cinco meses no campo, mas possui cerca de três floradas, permitindo a colheita em cada uma delas. A receita líquida para o produtor fica em R$2700 por hectare.

Por essa condição especial do mercado, as universidades passaram a ver essa cultura com outros olhos. Já há uma rede de pesquisa para a definição de um sistema de produção, com várias linhas de pesquisa sendo desenvolvidas.

Hoje, a produtividade é de 400 a 500 quilos por hectare. As pesquisas visam aumentar a produção, que pode chegar até a 2 mil quilos por hectare, de acordo com testes já realizados.

A área plantada na Paraíba diminuiu muito. Atualmente, está em torno de oito a dez mil hectares, porém, já esteve em 17 mil hectares. Barreira acredita que, tendo em vista o mercado praticado, há potencial para o crescimento dessa área novamente.

ENTREVISTA

Confira a entrevista com Miguel Barreiro, pesquisador da Embrapa e Emepa, concedida ao site Notícias Agrícolas!

https://youtu.be/5WzdJ1Pzl6U

Fonte: Notícias Agrícolas

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