Uma velha ameaça está de volta aos cafezais do sul de Minas Gerais: é a broca-do-café, que nesta safra tem grande incidência, causando prejuízos. Esse pequeno besouro, com o nome científico de de Hypothenemus Hampei, tem cerca de um milímetro de comprimento.
O inseto perfura o grão do café geralmente pela parte de cima, a chamada coroa. Lá dentro, ele coloca os ovos, que depois se transformam em larvas. Elas então se alimentam da parte interna do café, fazendo com que o grão perca qualidade.
Dos quase 14 mil cooperados da Cooxupé, cooperativa localizada em Guaxupé (MG), 16% estão com problemas. Em 2007, apenas 2% dos grãos que entraram na cooperativa estavam danificados. Esse ano, o número triplicou, o que corresponde a mais de 110 mil sacas afetadas.
Uma das explicações para esse aumento é que, desde 2013, o governo proibiu o uso de defensivos à base de endosulfan, até então os mais eficientes no mercado. Eles foram considerados muito tóxicos pela Anvisa.
Uma das maneiras de se combater a broca-do-café é evitar o que os especialistas chamam de colheita malfeita, ou seja, após a colheita e, mesmo após a varrição dos grãos que caíram, o cafeicultor precisa evitar que grãos continuem no pé ou mesmo no chão. Se esses grãos estiverem com a broca-do-café, significa que a praga vai continuar na lavoura e no ano que vem, na próxima safra, esses pés provavelmente serão atacados novamente.
A Anvisa está analisando outros agrotóxicos para usar no combate da broca-do-café, mas a eficácia deles ainda não foi comprovada.
Fonte: Globo Rural