Mandioca: oferta abaixo da esperada limita desvalorização da raiz
Condições climáticas favoráveis nas regiões produtoras de mandioca acompanhadas pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) possibilitaram o avanço dos trabalhos de campo nos últimos dias. Porém, a baixa disponibilidade de raízes de segundo ciclo e a prioridade de plantio mantiveram a oferta para a indústria abaixo da esperada para o período.
Segundo agentes consultados pelo Cepea, houve dificuldade em adquirir a quantidade de mandioca necessária para manter o volume de processamento na última semana. Entre 28 de agosto e 1º de setembro, o valor médio nominal a prazo para a tonelada da mandioca posta fecularia foi de R$ 489,98 (R$ 0,8521 por grama de amido) – ligeira queda de 0,9% em relação à média da semana anterior. Já o preço médio de agosto subiu 3,1% em relação ao de julho (deflacionado pelo IGP-DI de julho/2017).
Milho: recuo vendedor impulsiona valores em agosto
Os preços do milho subiram em agosto, refletindo a retração dos vendedores. Desestimulados pelos baixos preços, produtores aguardam cotações mais elevadas para negociar, limitando a oferta. Nesse cenário, segundo colaboradores do Cepea, compradores que têm trabalhado com estoques curtos tiveram de aumentar os valores de suas ofertas para adquirir lotes.
Em Campinas (SP), base do Indicador Esalq/BM&FBovespa de milho, o cenário também foi de alta, devido à boa demanda. No dia 31 de agosto, o indicador fechou a R$ 27,30/saca de 60 quilos, com valorização de 1,2% em relação à quinta-feira anterior, e de expressivos 7,3% em relação ao dia 31 de julho. A média mensal do indicador fechou a R$ 26,67/saca, com ligeiro aumento de 1,3% frente à média de julho e a primeira alta desde fevereiro.
Soja: apesar da retração dos produtores, cotações caem com força em agosto
Expectativas de oferta superior à demanda no final da temporada 2017/18 vêm pressionando os valores da soja. Produtores, no entanto, estão retraídos nas vendas que envolvem grandes lotes, à espera de valorizações nos próximos meses.
Segundo pesquisadores do Cepea, o recuo dos vendedores está atrelado às previsões de tempestades nos Estados Unidos, que podem interromper a colheita no centro-oeste daquele país e favorecer as vendas brasileiras (as atividades nos EUA têm previsão de início para os próximos 15 dias).
Além disso, com a possibilidade de atraso do plantio no Brasil, por causa das previsões de baixo nível pluviométrico no início de setembro em Cascavel (PR) e Sorriso (MT), produtores esperam melhores oportunidades de vendas.
Entre julho e agosto, a média do Indicador da soja Esalq/BM&FBovespa Paranaguá registrou forte queda de 3,3%, fechando a R$ 69,83/saca de 60 kg no mês passado. O Indicador Cepea/Esalq Paraná cedeu 3,6% na mesma comparação, com média de R$ 63,86/saca de 60 kg em agosto.
Maçã: diferença entre preços da gala e da fuji deve se manter até o final de 2017
A diferença entre as cotações das maçãs fuji e gala está grande nesta temporada. Em agosto de 2016, a diferença entre o preço da fuji graúda Cat 1 e o da gala graúda Cat 1 era de 0,89 centavos por caixa de 18 kg na região de Fraiburgo (SC). Em agosto deste ano, entretanto, a diferença foi de R$ 9,51 por caixa.
Segundo colaboradores do Hortifruti/Cepea, esse cenário está atrelado ao grande volume de fuji (entre 65% e 70%) no atual estoque total de maçãs, o que limita valorizações da variedade.
Entre 28 de agosto e 1º de setembro, o preço da fuji graúda Cat 1 recuou 8% na região catarinense em relação a semana anterior, fechando com média de R$ 37,60/caixa de 18 kg. Já a Gala graúda Cat 1 teve média de R$ 50,00/caixa, 5% menor na mesma comparação.
A partir desta semana, algumas medidas devem ser tomadas para reduzir o desequilíbrio entre os preços, como a alternância de classificação das variedades de uma semana para outra.
Dessa forma, produtores esperam recuperar as cotações, principalmente da fuji, cuja oferta deve aumentar nos próximos meses, limitando as altas, principalmente para os calibres graúdos. Quanto à gala, a expectativa é de que os preços se recuperem já a partir de setembro, com a redução da oferta no mercado.
Fonte: Cepea/Esalq