As exportações argentinas de biodiesel perderão competitividade no mercado norte-americano, disse o principal órgão da indústria do país sul-americano, depois de os Estados Unidos terem decidido na terça-feira impor taxas mais altas para as importações do produto, sob o argumento de que estaria sendo subsidiado.
A tarifa sobre o biodiesel da Argentina, feito de soja, pode chegar a 64,17%, de acordo com uma declaração do Departamento de Comércio dos EUA. Também devem ser impostas taxas de até 68,28% às importações de biodiesel de óleo de palma da Indonésia. “Qualquer tarifa maior que 15% deixa o biodiesel argentino sem competitividade”, disse uma fonte da indústria argentina de biocombustíveis.
A Argentina representa dois terços das importações de biodiesel dos EUA, que totalizaram 916 milhões de galões (3.5 bilhões de litros) em 2016, de acordo com dados do governo norte-americano. O consumo total de biodiesel nos EUA é de cerca de dois bilhões de galões.
A decisão do Departamento de Comércio ocorre após o Conselho nacional de Biodiesel (NBB, na sigla em inglês) solicitar ao governo, em março, a imposição de taxas, alegando que as importações do produto argentino estavam abaixo do valor de mercado, prejudicando os produtores de biodiesel dos EUA.
A associação argentina de biodiesel Carbio, que representa produtores, incluindo Cargill e Louis Dreyfus, negou a existência de subsídios nas exportações e classificou a decisão norte-americana de protecionismo.
Fonte: Reuters