A Tereos Açúcar & Energia Brasil, um dos maiores grupos do setor no país, elevará para 23 milhões de toneladas a capacidade instalada de moagem de cana a partir da safra 2018/19, resultado dos investimentos na usina Tanabi, localizada no município homônimo do interior paulista, disse à Reuters um alto executivo da companhia.
Atualmente, as sete unidades da antiga Guarani, todas no noroeste do Estado de São Paulo, podem processar até 22 milhões de toneladas de cana por ciclo. A capacidade adicional na safra do ano que vem virá toda do investimento de R$ 60 milhões, anunciado em março, na unidade de Tanabi.
“Tivemos um programa de expansão de moagem aprovado em 2010 e concluído em 2013. (O investimento em Tanabi) foi o primeiro desde então, em virtude dos bons resultados na safra passada e nesta”, disse o diretor da região Brasil do grupo Tereos, Jacyr Costa Filho. Ele ressaltou que as obras deverão estar concluídas para a temporada 2018/19, que se inicia em abril do próximo ano.
O executivo ponderou, contudo, que a capacidade instalada do grupo não será 100% utilizada em um primeiro momento por causa da falta de matéria-prima. Ele disse que é difícil dizer quando o grupo poderia usar toda a sua capacidade, explicando que isso depende de variáveis como condições das lavouras e do mercado.
Na safra vigente (2017/18), iniciada em abril, a Tereos Brasil deve processar 20 milhões de toneladas de cana, acima das 19.6 milhões de toneladas de 2016/17. “Até agora já moemos 12 milhões de toneladas, ou 60% do previsto”, disse Costa Filho.
O executivo ressaltou também que o rendimento neste ano está maior em razão das condições climáticas. “Tivemos um início de safra chuvoso, o que acabou fazendo com que a cana colhida até agora apresentasse uma produtividade melhor que a do ano passado. Já o tempo seco e frio fez com que tivéssemos um teor de açúcar maior”, disse.
No acumulado da temporada, a Tereos colheu em torno de 95 toneladas de cana por hectare, com 134 kg de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) por tonelada processada. Há um ano, eram 91 toneladas por hectare e 130 kg de ATR, respectivamente, segundo Costa Filho. “Estamos com 12,7 toneladas (de produção) de açúcar por hectare, contra 11,8 toneladas no ano passado”, disse o executivo.
Braço brasileiro do grupo francês Tereos, a Tereos Açúcar & Energia Brasil voltou a ter 100% do controle de suas usinas no fim de 2016, após comprar a fatia que a Petrobras detinha nos empreendimentos por mais de US$ 200 milhões.
“A saída da Petrobras do capital da Guarani foi uma decisão da Petrobras. Para nós, não mudou nada, pois já éramos o controlador”, disse Costa Filho, se referindo sobre esta que é a primeira safra em que a Tereos opera sem a participação da estatal de petróleo.
Fonte: Reuters