Novo sistema de armazenagem garante grande capacidade de movimentação de grãos

O sistema é abastecido por equipamentos de transporte onde é possível acondicionar um maior volume de grãos por metro quadrado, devido à capacidade de elevar o grão a uma altura de até dez metros. Foto: Divulgação/Cocamar

 

Uma nova tecnologia de armazenagem temporária de grãos garante rapidez e facilidade de instalação e grande capacidade de movimentação de cargas. Introduzida no Brasil pela AGI (Ag Growth International), empresa instalada em Assis (SP), a estrutura inclui um sistema de aeração e termometria que permite manter a qualidade dos grãos depositados, bem como o monitoramento das condições de conservação.

“É um sistema modular e pré-montado que pode ser instalado diretamente em um solo compactado com desnível para não entrar em água de chuva. É abastecido por equipamentos de transporte onde é possível acondicionar um maior volume de grãos por metro quadrado, devido à capacidade de elevar o grão a uma altura de até dez metros”, explicou Marcio Kloster, gerente de operação com produtos e obras da Cocamar, cooperativa agroindustrial do Paraná que adotou recentemente essa tecnologia.

Kloster disse que o motivo para a implementação dessa estrutura foi a necessidade de abrir espaço nos armazéns para receber a safra de inverno. “Os armazéns estavam cheios de soja que ainda não haviam sido comercializadas pelos cooperados da Cocamar”.

O gerente afirmou que o custo do sistema gira em torno de U$ 25,00 / tonelada, e quanto à capacidade de armazenagem, comporta até dez mil toneladas. Outra tecnologia mantida pela Cocamar é a do silo-bolsa, que armazena em torno de 25 mil toneladas. Porém, segundo Kloster, “é um modelo muito mais lento e que demanda maior espaço para acomodar esse volume”.

Tecnologias à parte, o gerente da Cocamar declarou que o Brasil precisa de linhas de crédito para infraestrutura em armazenagem com juros compatíveis com o setor. “Atualmente trabalhamos com linhas onde os juros variam entre 6% a 7% ao ano. Em um passado recente, chegamos a contratar linhas a 2,5%”, destacou.

 

A CÉU ABERTO

Os anos de safras recordes e baixos preços têm sobrecarregado armazéns de milho, trigo e outros alimentos básicos nos países exportadores.  No Brasil, a segunda safra de milho, ou “safrinha”, foi tão grande este ano, e os preços estão tão baixos, que os produtores não tiveram outra opção senão deixá-la exposta às condições do tempo.

No Mato Grosso, a grande colheita tornou as opções para armazenagem permanente ainda mais limitadas, uma vez que parte da produção recorde de soja ainda está nos silos, enquanto produtores aguardam uma recuperação dos preços.

O acúmulo demonstra os problemas de infraestrutura na maior economia da América Latina, onde os crônicos gargalos logísticos foram piorados pela recusa de produtores a vender sua produção em meio à queda nos preços, com efeitos diversos.

 

Por equipe SNA/Rio, com informações da Reuters

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