Os contratos futuros de soja voltaram a recuar na Bolsa de Chicago (CBOT), com os principais vencimentos registrando quedas de 11 a 14,25 centavos. O novembro/17 fechou cotado a US$ 9,24 ¼ o bushel.
Adriano Gomes, analista da AgRural, destaca que o mercado vem digerindo os números divulgados pelo USDA na semana passada, apontando uma produção recorde para a safra norte-americana. Além disso, o clima para o Meio-Oeste americano se apresentou com boas chuvas na primeira quinzena de agosto, indicando uma recuperação para as lavouras. Iowa, que vinha sofrendo com a seca, está entre as áreas que receberam boas chuvas.
Há, ainda, previsão de chuvas para os próximos dias. O mercado observa esse clima mais favorável no mês decisivo para a produção de soja e se mantêm pressionado.
A AgRural esteve no Meio Oeste americano, observando as lavouras do Meio Oeste e pode observar que as lavouras de soja tinham um bom potencial produtivo e que não deveriam apresentar uma queda na produtividade como vinha sendo previsto.
Na avaliação da AgRural, as 119 milhões de toneladas estimadas pelo USDA podem ser alcançadas caso as chuvas perdurem durante o mês de agosto e não ocorrer geadas no mês de setembro.
Chicago devolveu todo o ganho que teve no movimento de alta registrado no mês de julho. Assim, os preços de hoje estão iguais aos de junho, quando não havia grandes preocupações com o clima.
Nesta época do ano, o clima é o maior fator de influência na formação de preços na CBOT. Contudo, existem outros fatores também influenciam as cotações. Há uma queda de preços generalizada das commodities e uma valorização da moeda norte-americana, além de uma alta do Dólar Index.
Para o produtor brasileiro, segundo Gomes, é importante que haja um método de comercialização, já que o mercado de soja é “um dos mais complexos que a gente tem”.
A partir do comportamento dos preços das últimas semanas, o produtor brasileiro deve ficar bem atento às notícias de clima no Meio Oeste americano e também se a mínima do ano, de US$ 9,07/bushel registrada em 23 de junho irá resistir.
Ele disse que a maioria dos produtores já fechou as suas compras de insumos para a próxima safra e começam a querer iniciar seu plantio, respeitando o vazio sanitário.