Marcelo Lüders, presidente do Ibrafe, aponta que, do ponto de vista dos preços, a semana foi difícil para o mercado do feijão carioca. Ele lembra que já era previsto que o mês de agosto seria de um grande volume no mercado, e tudo indica que este será o maior mês de concentração do ano. Entretanto, os produtores têm reagido e tentando manter os R$ 100,00 a R$ 110,00, dependendo da região.
Ele aponta que, muito provavelmente, este é o pico da oferta, que deve durar ao longo de todo o mês. Uma queda nos preços vai depender de como os produtores vão estar decididos e unidos, já que, para os compradores, não interessa mais uma nova queda no preço de feijão. Um preço que atenderia a todos no mercado seria de R$ 150,00.
Para Lüders, ainda não há uma estimativa exata para a safra da Bahia, principalmente pela dificuldade de contatar alguns produtores. Para que haja uma safra de 3 milhões de sacas, com uma produtividade acima de 25 sacas por hectare, a área deveria ser grande. Assim, provavelmente, a safra não deve alcançar estes números.
Pesquisadores do Ibrafe estão realizando uma “expedição do feijão” para conferir as condições diretamente nas regiões produtoras, como forma de oferecer à cadeia produtiva essas informações para que seja feito um melhor planejamento.
Tendo essa situação em mente, há uma “revolução silenciosa” por parte dos produtores que mudam as variedades que são plantadas, para se beneficiar de uma armazenagem com um tempo mais estendido. Assim, diversos produtores vão armazenar e vão vender de agora até a próxima safra no Paraná.
A base dos R$ 100,00 que o feijão chega deixa também um recuo generalizado no mercado. O consumo diário, contudo, não é afetado, por isso, não se pode descartar tanto altas quanto quedas nos preços. Para evitar novas baixas, o objetivo é que todas as pontas da cadeia estejam bem informadas.
O IBGE apontou um aumento na safra de feijão de 1%. Lüders diz que tem um grande ceticismo a este número, principalmente por conta das verbas que estão sendo cortadas a estes institutos. Assim, o trabalho é feito mais em cima de estimativas do que diretamente no campo.
Fonte: Notícias Agrícolas