Cooperativas se mantêm fortes nos tempos de crise

Alan Bojanic, representante da FAO

Por Equipe SNA

O Dia Internacional do Cooperativismo é comemorado no primeiro sábado de julho. Alan Bojanic, representante da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), ressaltou os resultados obtidos pelas cooperativas no combate à fome, promoção da segurança alimentar, além de seu papel na inclusão social e no desenvolvimento sustentável.

Mensagem da FAO intitulada “Cooperativas se mantêm fortes nos tempos de crise”, em comemoração ao 19º Dia Internacional das Nações Unidas para as Cooperativas, destaca o papel das cooperativas para o fortalecimento dos produtores rurais, inclusive os pequenos. “Durante a crise alimentar de 2007-2008, cooperativas agrícolas fortes demonstraram sua resiliência a crises e choques, graças à combinação das dimensões social e econômica.”

De acordo com a FAO, ao criar oportunidades de emprego e investimento para as populações rurais, as cooperativas agrícolas contribuem para estabilização de comunidades e a prevenção e conflitos sociais.

“As cooperativas também são conhecidas por serem agentes efetivos de empoderamento das mulheres e jovens no meio rural, fornecendo competências e experiências que impulsionam sua independência econômica e posição social. As evidências mostram que os países com cooperativas e organizações de produtores fortes estão mais aptos a superar limitações e mitigar efeitos negativos de crises alimentares e de outros tipos”, prossegue.

Nos anos recentes, destaca o texto, uma grande variedade de arranjos organizacionais surgiram, em resposta às limitações de pequenos produtores em situação de crise, ajudando-os a superar limitações de mercado e políticas ao oferecer aos seus membros acesso a uma gama de produtos e serviços. Por exemplo, elas podem reduzir os custos para os agricultores ao possibilitar que façam compras em grupo e assim se beneficiem de melhores preços de recursos agrícolas. Seus serviços variam desde a melhoria no acesso até o gerenciamento de recursos naturais, acesso a informação e tecnologias para facilitar a participação no processo político.

Basicamente, de acordo com a FAO, o sistema permite que produtores em pequena escala limpem, sequem e armazenem excedentes de produção em um local seguro de propriedade da cooperativa, um processo que contribui para a melhoria da qualidade dos produtos e reduz as perdas pós-colheita. “Os estoques, como uma conta poupança, são usados pelos produtores como uma garantia de crédito para obter financiamentos em instituições”, destaca.

A FAO apoia seus governos membros e parceiros no estabelecimento de um ambiente onde as cooperativas agrícolas e organizações de produtores possam se formar e florescer, além de facilitar o diálogo político entre os governos e os produtores e cooperativas agrícolas, assim como outros parceiros, no desenvolvimento de contextos de consulta legal, regulatória e política clara e apropriada, assim como na promoção de incentivos econômicos.

A mensagem cita a publicação A Situação da Alimentação de Agricultura (2012), da FAO, segundo a qual a maior parte dos investidores domésticos privados são agricultores, que representam a principal fonte de recursos na agricultura em países de baixa e média renda. “O total acumulado do investimento dos agricultores em todo o mundo, de acordo com a medida do valor do estoque de capital agrícola, aumentou cerca de 20% desde 1975 e agora excede US$ 5 trilhões. Isso tem implicações importantes para as políticas: enquanto o investimento público continua sendo essencial, o foco da política deve mudar de forma a facilitar mais e melhores investimentos privados que visam o fortalecimento dos maiores investidores nas atividades agrícolas: os próprios produtores e suas organizações, entre elas as cooperativas”, finaliza.

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