O Escritório de Avaliação de Risco em Saúde Ambiental (OEHHA, na sigla em inglês) anunciou a decisão de incluir o glifosato em sua lista de produtos cancerígenos. O órgão afirmou que vai cumprir uma lei estadual, chamada de Proposição 65, após a tentativa fracassada da Monsanto de impedir essa classificação no âmbito da Justiça.
A Monsanto promete apelar da decisão e defender o ingrediente ativo de seu principal herbicida, o Roundup, e qualificou a medida como “injustificada com base na ciência e na lei”. O julgamento do apelo sobre a decisão do tribunal local ainda está pendente.
“Este não é o último passo no processo, e não tem qualquer influência sobre os méritos do caso. Continuaremos desafiando agressivamente essa decisão imprópria”, disse Scott Partridge, vice-presidente de Estratégia Global da Monsanto à agência Reuters.
A classificação do glifosato como cancerígeno exigiria que o produto recebesse etiqueta de advertência nas embalagens. A Monsanto e outros produtores de glifosato teriam cerca de um ano, a partir da data da listagem, para recolher os produtos para a colocação do alerta.
Brasil importou 119 mil toneladas de glifosato em 2016
No ano passado, o Brasil importou 119 mil toneladas do princípio ativo glifosato, considerando produtos formulados e técnicos. Segundo dados divulgados pelo Portal Global Agrochemicals, os meses de maio e outubro foram os que apresentaram maior volume de compras externas, com o equivalente a 30 mil toneladas, representando 25% do total.
A China ainda é a principal origem do glifosato desembarcado nos portos brasileiros, com cerca de 82 mil toneladas, o que representa 69% do total importado pelo Brasil. Já os Estados Unidos aparecem em segundo lugar, com cerca de 25% do total.
O ritmo de compras do ingrediente ativo diminuiu sensivelmente no primeiro trimestre de 2017, quando foram importadas 9.500 toneladas. O volume é três vezes menor na comparação com o mesmo período do ano passado. A China, com 7.300 toneladas, é novamente o principal país de origem do glifosato, seguido por Argentina e Estados Unidos.
Fonte: Agrolink