O 95º Dia Internacional do Cooperativismo, que em 2017 será comemorado no próximo dia primeiro de julho, traz como slogan “Cooperativas garantem que ninguém fique para trás”. E é exatamente por isso que, neste ano, os cuidados destinados ao cooperado vão se estender às pessoas ao seu redor.
“Em 2017, a Aliança Cooperativa Internacional (AIC) definiu que deveríamos evidenciar que as empresas cooperativistas não deixam ninguém para trás, ao longo de sua caminhada. E por isso, estamos envolvendo a sociedade na celebração de algo que, para o cooperativismo, é vital: o cuidado não só com o cooperado, mas com aqueles que vivem à sua volta”, justifica Márcio Lopes de Freitas, presidente nacional da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).
O executivo defende que “o cooperado é, ao mesmo tempo, sócio e cliente”. “Ele gera o negócio de forma presente, empreendedora, participativa e igualitária. Assim, o cooperativismo se fortalece em momentos de crise, pois tem sua gestão depositada na mão de seu maior capital: as pessoas”, comenta Freitas.
Segundo ele, esse importante setor para o desenvolvimento econômico do país se destaca por duas razões: “pela valorização da força de trabalho de seus cooperados, independentemente de raça, cor, classe social, credo, sexo e religião; e por sua contribuição social, visto que ele acredita em um jeito humanizado de fazer negócio, por meio do qual ninguém fica para trás, quando todos são integrados no processo produtivo e na vida econômica local”.
AGROPECUÁRIA
De acordo com o presidente da OCB, as cooperativas agropecuárias também contribuem – e muito – “para o balizamento de preços nos mercados locais, por exemplo, ao mesmo tempo em que gera um fluxo de desenvolvimento, considerando que operam desde o preparo do solo, das sementes, da produção de carnes, grãos, leite e derivados, no transporte e até à exportação”.
“Isso quer dizer que as cooperativas agropecuárias são indutoras de desenvolvimento econômico e social. Aqui no Brasil, por exemplo, as 1.557 cooperativas congregam mais de um milhão de cooperados e geram em torno de 186 mil empregos diretos. Ou seja, a locomotiva do cooperativismo leva desenvolvimento por onde passa e não deixa ninguém para traz”, relata Freitas.
Conforme dados da Aliança Cooperativa Internacional (ACI), mais de cem países já praticam o cooperativismo; mais de um bilhão de pessoas já aderiram ao movimento cooperativista; mais de 250 milhões de empregos são gerados pelo setor; 2,6 milhões de transações comerciais envolvem cooperativas; e suas receitas anuais, em todo o planeta, superam os US$ 3 trilhões.
No Brasil, de acordo com a OCB, são 6.655 mil cooperativas cadastradas à instituição; 13,2 milhões de cooperados; e 378,2 mil empregos diretos. No ramo agropecuário, 48% de toda a produção do agro no país passam de alguma forma por uma cooperativa.
“Nossa participação no PIB (Produto Interno Bruto) do agronegócio é de aproximadamente 11%. As cooperativas agropecuárias respondem por 21% da capacidade estática de armazenagem de grãos do Brasil”, destaca Freitas.
Ainda segundo dados da OCB, no país, 19,7% da assistência técnica é realizada por cooperativas; as exportações cooperativistas giram em torno de US$ 5,13 bilhões, sendo que, desse total, 99% são originários de cooperativas agropecuárias.
Continuando a considerar as vendas externas oriundas das cooperativas do agro, o complexo soja (grãos e derivados) representa 26% desse total; o complexo sucroalcooleiro (açúcar e álcool) chega a 24% do montante; o complexo aves, 19%; e o de café (grãos e derivados) alcança os 13%. Os principais destinos são China, Alemanha, Estados Unidos e Emirados Árabes.
A CRISE ECONÔMICA E O COOPERATIVISMO
Em tempos de crise econômica, como a que o Brasil vem enfrentando, a união faz toda a diferença na hora de derrubar obstáculos. E é exatamente assim que o cooperativismo acaba se tornando uma opção viável em períodos de economia estagnada. Nesse sentido, o presidente nacional da OCB, Marcio Lopes de Freitas destaca dois aspectos fundamentais do setor: a questão social e a transferência/uso de novas tecnologias em campo.
“As cooperativas agropecuárias criam a possibilidade de o pequeno produtor rural acessar itens fundamentais no processo produtivo – como insumos e crédito – a um custo mais barato, já que operam (as cooperativas) em nome de seus cooperados.”
Segundo o executivo, “dessa forma, o pequeno produtor aumenta a matéria-prima da cooperativa, gerando volume aos produtos a serem disponibilizados nas gôndolas dos supermercados do país”. “E, o grande, por sua vez, contribui para a viabilidade do pequeno, já que sua produção abre as portas para os mercados e instituições financeiras, por exemplo.”
Na visão de Freitas, “as cooperativas agropecuárias agregam valor ao agronegócio brasileiro, porque estão presentes em todos os elos da cadeia, estimulando a geração de emprego e renda, gerando inclusão social e transformando realidades do campo”.
O segundo aspecto, continua o presidente da OCB, diz respeito à transferência e ao uso das novas tecnologias: “As cooperativas operam como verdadeiros centros de segurança para seus cooperados. Hoje, é possível afirmar que o agricultor brasileiro é o mais jovem do mundo, mais atento às novas tecnologias”.
A partir daí, ressalta Freitas, “ele consegue, mesmo em cima de um trator, enquanto ara a terra para o plantio, acessar a Bolsa de Valores de Nova York e se informar sobre as cotações de seu interesse”. “Eles utilizam drones que para pulverizar suas lavouras. E essa realidade não é algo isolado.”
“Temos, ainda, iniciativas junto à Embrapa, por exemplo, de capacitação de extensionistas (engenheiros, veterinários, zootecnistas e muitos outros) que, depois de qualificados, multiplicam as informações em suas cooperativas e também junto aos demais produtores rurais de sua região”, destaca.
Freitas reforça que, “assim, as cooperativas colaboram com a economia brasileira, tornando o setor agropecuário um dos segmentos que mais auxilia no processo de retomada do desenvolvimento brasileiro, o que tanto precisamos e merecemos”.
95º DIA INTERNACIONAL DO COOPERATIVISMO
Desde 2009, o Brasil conta com o Dia de Cooperar ou “Dia C”, como é mais conhecido. Na ocasião, as cooperativas colocam em prática os princípios de interesse pela comunidade e também da intercooperação, desenvolvendo ações que promovam a melhoria da qualidade de vida, o bem-estar, a saúde e a cidadania na sociedade.
“São projetos que, por sua natureza, acabam por contribuir para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – a Agenda 2030 da ONU (Organização das Naç~eos Unidas) – para erradicar a pobreza no mundo. São ações intrínsecas à realidade das cooperativas, desenvolvidas com naturalidade e propriedade. Mais um motivo pelo qual celebramos o Dia Internacional do Cooperativismo com este slogan: ‘Cooperativas garantem que ninguém fique para trás’”, comenta Freitas.
No Brasil, a celebração do 95º Dia Internacional do Cooperativismo será marcada pela realização de diversas ações de responsabilidade socioambiental, implementadas relacionadas ao Dia C.
Para saber mais, acesse www.somoscooperativismo.coop.br/#/noticia/20742 ou http://diac.somoscooperativismo.coop.br.
Por equipe SNA/RJ