Arroz: frio no Sul atinge o mercado

As baixas temperaturas que chegaram de vez no Sul do Brasil parecem fazer efeito também sobre as cotações do arroz em casca, como indicador de preços da saca de arroz em casca de 50 quilos (58×10) Esalq/SenarRS praticamente marcando passo há uma semana ao redor dos R$ 39,70. Em dólar, oscila entre US$ 12,02 e US$ 12,08. Nesta segunda-­feira, dia 19 de junho, o indicador encerrou o dia a R$ 39,71 para a matéria prima colocada na indústria, à vista, com valorização acumulada em 0,9% e referência de US$ 12,07. As cotações não consolidam a expectativa de uma recuperação de preços entre 2% e 3% esperada por parte dos analistas para junho, não favorecem as exportações e não inibem as compras no Mercosul, em especial no Paraguai, que coloca a saca na fronteira (Foz do Iguaçu, no Paraná) abaixo de US$ 11,50. Em maio o indicador subiu 1,9%.

As novidades da semana ficam por conta da movimentação de produtores gaúchos alertando para a inviabilidade da formação da próxima lavoura, cujos preparos de solo já começaram, bem como a aquisição dos insumos por parte dos lavoureiros mais capitalizados. Com um custo muito superior aos preços médios praticados no momento, e descapitalizados, parte dos rizicultores gaúchos alerta para o risco de não conseguir plantar por absoluta inviabilidade financeira e falta de crédito. O tema deve ser tratado numa assembleia da Federarroz na próxima sexta­-feira, em Porto Alegre. O contingente de produtores nestas condições pode representar um terço da lavoura, cerca de 370.000 hectares.

Em Santa Catarina e no Mato Grosso os preços também estabilizaram no entorno de R$ 40,00. No Rio Grande do Sul, variedades nobres conseguem alguma valorização superior, até R$ 44,50 em algumas regiões por demanda muito específica. A expectativa de que os preços médios valorizem entre 1% e 2% em junho, está mantida.

Outra novidade fica por conta do relatório do USDA que projeta um superávit de 200.000 toneladas para a Balança Comercial brasileira do arroz no ano safra corrente, com a venda de 800.000 toneladas e aquisições de 600.000 toneladas. A cadeia produtiva torce por um resultado positivo, frente ao déficit significativo acumulado nos primeiros meses do ano agrícola. Com os preços internacionais, na Ásia e nos Estados Unidos, em alta, a expectativa é de que essa “marola” chegue ao mercado brasileiro e aqueça as vendas. Em maio se esperava menor volume de compras pelo Brasil, mas as importações bateram em 110.400 toneladas, contra a exportação de 77.800 toneladas. Em três meses do ano safra o País acumula 195.000 toneladas de déficit na Balança Comercial.

De boa nova no mercado internacional está o fato de o grande estoque de arroz da Tailândia ter sido reduzido. Leilão na semana passada negociou mais 2.1 milhões de toneladas de arroz (base casca), boa parte impróprio para consumo humano e direcionado para produção de etanol e ração animal, e manteve a valorização dos preços na Ásia.

Mercado

A Corretora Mercado, de Porto Alegre, indica preços médios estáveis no mercado livre do Rio Grande do Sul. A saca de arroz em casca de 50 quilos (58×10, à vista) é cotada a R$ 39,20, enquanto o produto beneficiado, branco, Tipo 1, em saca de 60 quilos é negociado a R$ 83,00 sem ICMS (FOB). Já o canjicão se manteve valorizado a R$ 50,00 por saca de 60 quilos, na mesma situação da quirera, a R$ 45,00. Já o farelo de arroz segurou o patamar de R$ 390,00 a tonelada colocada em Arroio do Meio, no Vale do Taquari, polo de produção de rações animais, aves e suínos.

 

Fonte: Planeta Arroz

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