O comércio global de carne de frango deve ficar mais competitivo nos próximos meses, enquanto o Brasil recupera participação de mercado temporariamente perdida em decorrência da Operação Carne Fraca e os Estados Unidos buscam defender sua fatia adicional conquistada, segundo relatório do Rabobank divulgado à imprensa na semana passada.
A União Europeia também deverá retornar à competição à medida que os surtos de influenza aviária vão sendo extintos.
“O retorno da União Europeia e a expectativa de posicionamento ativo dos negociadores brasileiros poderão levar a uma nova guerra de preços no comércio internacional, com o Brasil se beneficiando da sua baixa base de custo diante do reduzido preço de nutrição (de animais) após uma boa safra”, disse o Rabobank.
Os analistas acrescentaram que a Tailândia continuará se beneficiando de sua liderança no mercado de carnes processadas de alto valor agregado, no qual enfrenta pouca concorrência.
As exportações brasileiras de carne de frango caíram em março e abril, afetadas pelos bloqueios temporários de países compradores do produto brasileiro depois da divulgação da Operação Carne Fraca da Polícia Federal, sobre corrupção envolvendo fiscais sanitários agropecuários e funcionários de plantas frigoríficas, deflagrada no último dia 17 de março.
No mercado doméstico brasileiro, o Rabobank avalia que a melhora no consumo esperada para o segundo semestre deverá ocorrer mais tarde que o inicialmente estimado, diante da crise política no País que vem afetando a economia local.
Os analistas do banco acrescentam que a relação entre os preços da carne e os custos de alimentação dos frangos deverá continuar sendo atrativa para a indústria frigorífica brasileira ao longo do ano.