A semana começou com uma nova alta nos valores de negociação do feijão pelo país. As pesquisas realizadas pelo Instituto Brasileiro do Feijão & Pulses (Ibrafe) constataram que a chegada das chuvas e das baixas temperaturas no Paraná agravaram a situação da colheita e vão reduzir ainda mais a oferta. A estimativa é a de que haja perda em torno de 70/80% em algumas lavouras não colhidas antes da chuva no Estado.
Diante desse cenário, nos estados do Paraná e de Goiás, os negócios giram em cerca de 250 reais para o feijão-carioca. Essas negociações abrem uma janela de oportunidade de comercialização para os produtores que ainda possuem área para colher.
Desde o mês de fevereiro, já era esperado um déficit de mais de 20 mil toneladas e, posteriormente em junho, um superávit. Se há uma perda de aproximadamente 18% a 20% no Paraná, isso significa que não haverá um superávit e, sim, um déficit para o mês de junho, que pode chegar a 60 mil toneladas.
A situação que já é grave, pode piorar no final de semana com a previsão de geadas na madrugada entre sexta (9 de junho) e sábado (10). Com isso, além da queda na produtividade, há também a baixa na qualidade do grão, já que a chuva impede os tratamentos necessários nas lavouras.
EXPECTATIVAS
“É possível também que as áreas tenham sido superestimadas oficialmente. Desejamos que os produtores consigam colher o final da safra. Mesmo colhendo o que há no Paraná, ainda há a perspectiva expectativa de que possamos voltar e ter preços historicamente altos. Fica cada dia mais claro que necessitamos de uma estratégia governamental que faça frente a estas situações extremas”, afirma o presidente do conselho do Ibrafe, Marcelo Eduardo Lüders.
A expectativa é de que a terceira safra, que deve ser colhida nos meses de julho e agosto, possa chegar ao mercado com preços elevados.
A Argentina, que seria a principal exportadora de feijão-preto para este primeiro semestre, também não está em boas condições. A qualidade do feijão não é tão boa e a quantidade disponível para importação não vai conseguir suprir a demanda do mercado brasileiro.
Lüders alerta que “o feijão corre sério risco de voltar a fazer parte das manchetes como vilão da inflação”.
Fonte: Assessoria de comunicação do Ibrafe