Nas estimativas de seu mais recente Food Outlook, divulgado no dia oito de junho, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) estima que em 2017, pelo terceiro ano consecutivo, a produção mundial de carnes permanecerá estagnada na faixa dos 320 milhões de toneladas. Mas esse não será o mesmo cenário para a avicultura, conforme dados que serão repassados mais à frente.
Essa estagnação no setor de carnes, de modo geral, não ocorre indistintamente em todos os países produtores, considerando que a maioria deles tende a registrar incremento no volume produzido. O problema está na redução prevista para a China, que deve neutralizar essa expansão (daí um crescimento próximo de zero). Desconsiderando a produção chinesa, a mundial deve ter uma ascensão perto de 2%.
Quanto ao comércio mundial, o segmento de carnes deve experimentar uma expansão, pelo segundo ano consecutivo, e aumentar em torno de 2,5% sobre 2016 e mais de 8% em comparação ao ano anterior. Esse crescimento deve ser alimentado, sobretudo, pelas importações chinesas e será suprido, principalmente, pelas exportações dos Estados Unidos e do Brasil.
EVOLUÇÃO DOS PREÇOS
O atual Food Outlook da FAO também analisa a evolução de preços das carnes, nos últimos 36 meses (junho de 2014 a maio de 2017), e ainda mostra que a queda, iniciada em setembro de 2014, se estendeu até dezembro do ano passado.
Isso significa que, desde janeiro passado, vem sendo registrada uma lenta, porém contínua, recuperação de preços. O valor atingido em maio passado (171,7 pontos), que foi aproximadamente 8% superior ao de um ano atrás, praticamente se iguala ao preço praticado em maio de 2015, quando chegou à marca dos 172,6 pontos (2002-2004 = 100). No entanto, ele permanece quase 20% abaixo do recorde já registrado pelas carnes (de 212 pontos, em agosto de 2014).
LIDERANÇA DA AVICULTURA
A FAO não comenta, mas seus dados apontam, agora, que a produção mundial de carnes vem sendo liderada – não de hoje, mas desde 2015 – pelas carnes avícolas. Essa ocorrência, que contraria todas as projeções que iniciais, deveria ser observada apenas no final da presente década.
No Food Outlook anterior (outubro de 2016), por exemplo, os dados preliminares da FAO relativos a 2015 indicavam que a carne suína mantinha sua liderança, superando em pouco mais de 2% a produção das carnes avícolas (117,2 milhões de toneladas contra 114,8 milhões de toneladas). A mesma liderança deveria persistir em 2016, conforme indicava aquele relatório.
Como se comprova pela tabela abaixo, no entanto, já em 2015, a produção avícola superou a suína, ainda que tenha sido por uma margem mínima. Em 2017, considerando a forte redução na produção chinesa de carne suína, a margem a favor da carne de aves deve se alargar, ficando, de acordo com as projeções da FAO, cerca de 2,6% acima da carne suína.
Se essas projeções se confirmarem, as carnes avícolas (preponderantemente, a carne de frango), que dez anos atrás respondiam por pouco mais de 31% das carnes produzidas no mundo, passam a corresponder a quase 37% do total, um aumento de 14% de participação, em uma década.
Fonte: AviSite com edição da equipe SNA/RJ
