Em comparação ao mesmo período de 2016, no primeiro quadrimestre de 2017 o mercado internacional de carne de frango atendido de forma conjunta pelos dois maiores exportadores mundiais, Brasil e EUA, permaneceu em relativa estabilidade, recuando apenas 0,31%. Ou, detalhando, passou de 2.280 milhões de toneladas há um ano para 2.273 milhões de toneladas no corrente exercício – pouco mais de sete mil toneladas a menos.
Mas não é isso que se observa na análise dos embarques efetuados isoladamente pelos dois países. Pois enquanto o Brasil viu suas exportações retrocederem 4,43%, os EUA, com os embarques em lenta, porém firme recuperação desde meados do ano passado, aumentou suas vendas externas em 5,37%.
Nesta análise, porém, é oportuno ir além da variação relativa e avaliar também o volume físico exportado a menos ou a mais por um e outro país. E a constatação é a de que esses volumes foram muito similares entre si. Ou seja: a redução de 4,43% nas exportações brasileiras implicou em uma perda de 58.580 toneladas. E o aumento de 5,37% dos EUA correspondeu a um adicional de 51.505 toneladas, 88% do que o Brasil deixou de exportar.
Parte das perdas brasileiras pode ser atribuída aos reflexos externos da operação Carne Fraca. Mas são devidas, também, à recuperação de mercado que os EUA vêm registrando há algum tempo. Por sinal, isso fica bem mais claro quando se avalia o desempenho dos dois países sob o ângulo do volume acumulado em períodos de 12 meses: a relação é, praticamente, inversamente proporcional (gráficos abaixo).
Exemplificando, o máximo acumulado pelo Brasil em 12 meses, 4.153 milhões de toneladas, foi alcançado no mesmo mês em que os EUA registraram o menor volume dos três anos analisados, 2.796 milhões de toneladas. Isso foi computado há exatamente um ano, em junho de 2016.
Fonte: AviSite