A segunda fase da operação Carne Fraca, deflagrada na quarta-feira (31) pela Polícia Federal (PF), tem como alvo um ex-superintendente Regional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento no Estado de Goiás. A investigação apura suposto esquema de corrupção que envolveria a indicação de fiscais do Ministério da Agricultura nos estados, alocados em cota política, principalmente do PMDB, de acordo com as investigações.
O investigado foi flagrado em interceptações telefônicas destruindo provas relevantes para a apuração no contexto da operação. O ex-superintendente é réu por ter participado de esquema de corrupção entre uma grande empresa do ramo alimentício e o ex-chefe do Serviço de Inspeção em Produtos (SIP) de Origem Animal de Goiás, para impedir a interdição da companhia.
Essa segunda fase foi batizada de “Antídoto” e teve com objetivo fazer cessar a ação criminosa do investigado e preservar novas provas. Os investigados responderão pela prática dos crimes de obstrução de investigação criminal.
No âmbito da operação, a PF cumpriu hoje um mandado de prisão preventiva, em Goiás, e três de busca e apreensão. O preso, que não teve seu nome informado pelos investigadores, será levado de avião à sede paranaense da instituição, onde ficará à disposição da 14ª Vara Federal de Curitiba.
Acusado de ser o líder do suposto esquema de corrupção, o ex-fiscal Daniel Gonçalves está em fase avançada de negociação para fechar acordo de delação premiada. Gonçalves já citou, em seus depoimentos, o ex-ministro da Justiça e deputado federal Osmar Serraglio (PMDB-PR) e outros parlamentares com privilégio de foro. Se for assinado, o acordo será firmado com a Procuradoria-Geral da República (PGR).
Fonte: Valor Econômico