Novo Plano Safra manterá recursos em R$ 185 bilhões

Os recursos para financiamento do Plano Safra 2017/18 vão ficar em torno de R$ 185 bilhões, praticamente estáveis em relação à temporada de grãos e oleaginosas que está se encerrando, disse na quarta-feira (31) o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, durante evento em São Paulo. Maggi afirmou ainda que, no atual contexto econômico, a taxa de juro do plano deveria cair mais do que 1%, nível de redução que já foi definido em discussão com o Ministério da Fazenda.

Segundo o ministro, o Plano Safra da agricultura empresarial deve ser lançado oficialmente no próximo dia 7, quando serão divulgados mais detalhes sobre o programa do governo federal para o período de julho a junho. “Os volumes de recursos são de R$ 184, R$ 185 bilhões… vamos dizer que vai ser o mesmo nível de recursos (da temporada atual)”, disse Maggi a jornalistas estrangeiros.

Caso esses volumes de recursos se confirmem, o total disponível dentro de planos oficiais do Brasil deverá ser praticamente o mesmo que na safra passada, uma vez que o governo confirmou na quarta-feira que o Plano Safra da Agricultura Familiar terá R$ 30 bilhões para financiamentos, mesmo volume da temporada anterior, conforme antecipou na terça-feira (30) a Reuters.

Na semana passada, o ministro disse que a discussão sobre o juro foi difícil dentro do governo. “Nós, no Ministério da Agricultura, defendemos uma redução ainda maior, no mínimo 2%, porque a inflação no ano passado era de 11%, e os juros eram de 9,5%, 10,5%. Então havia um juro real de praticamente zero”, afirmou Maggi. Segundo ele, com a recente redução de taxa Selic , os juros reais estão em torno de 3,5% ao ano. “Se a inflação começa a descer muito, e vai descer, os agricultores pagarão um preço muito alto para os juros ali aplicados.”

Já no programa da agricultura familiar, em que as taxas são menores do que a empresarial, contando com maior subsídio do Tesouro, o governo anunciou ainda a manutenção da taxa de juro de 2,5% para produtores de arroz, feijão, mandioca, leite, entre outros produtos, com grande foco no mercado interno. No plano empresarial atual, os juros variam, de maneira geral, de 9,5% a 12,75% ao ano. Já os juros para agricultores enquadrados no Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) são de 8,5%.

Preços mais baixos

Segundo o ministro, que é empresário do setor, os produtores deverão estar preparados para preços mais baixos de soja e milho, principalmente devido à grande safra global, incluindo o Brasil. “Nós temos um mercado ofertado neste momento com os estoques grandes. A safra norte-americana foi muito boa, a safra brasileira e sul-americana foi muito boa, então temos estoques grandes. Se continuam elevados, vamos ter alguns anos de preços baixos”. No entanto, o ministro lembrou que qualquer mudança climática que afete as safras pode impactar positivamente as cotações das commodities.

 

Fonte: Reuters

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