Por Equipe SNA
A produção de grãos no Brasil deve alcançar 222,3 milhões de toneladas, com potencial para chegar a 274,8 milhões de toneladas até 2023, como mostra o estudo Projeções do Agronegócio 2012/13 a 2022/23, divulgado na quinta-feira, 27 de junho, pelo Ministério da Agricultura, Abastecimento e Pecuária (Mapa). O aumento da produtividade das lavouras deve ser o principal responsável pelo significativo acréscimo na produção, e deverá manter a taxa anual de 4%.
A área plantada também apresentará aumento relevante, variando entre 8,2% e 30,3% superior ao período atual. Na perspectiva mínima de crescimento para plantação em área, os 53 milhões de hectares atuais subirão para 57,3 milhões de hectares. Já na estimativa mais otimista, a possibilidade chega a 69 milhões de hectares plantados.
Para o especialista Fernando Pimentel, diretor da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), os dados previstos são realistas. “Acredito que a previsão é factível. Em produção de área, acredito que pelo menos 20% de crescimento seja garantido, porque nós temos uma demanda consistente em expansão, uma maior disponibilidade de recursos e preços da terra supervalorizados que estimulam a migração da utilização de áreas de pasto para a agricultura”, analisa Pimentel.
O estudo aponta ainda que culturas como a soja e a cana-de-açúcar devem impulsionar o crescimento da área total de lavouras, estimada em 67 milhões de hectares hoje, para 75,5 milhões de hectares em 2023. “O milho também irá crescer proporcionalmente ao crescimento da soja, principalmente a área de inverno”, destaca o diretor da SNA. Arroz, mandioca, trigo, feijão e café devem se manter praticamente sem alteração ou perdem área.
Segundo o ministro da Agricultura, Antônio Andrade, para conseguir manter o aumento na produção de grãos e alcançar as projeções, o foco será solucionar as barreiras impostas pelas deficiências em logística e infraestrutura enfrentadas no país. “O governo tem uma comissão interministerial que discute o tema e busca soluções de curto, médio e longo prazos”, destaca Andrade.
Fernando Pimentel também vê o setor de infraestrutura e logística como barreiras para o crescimento da produção, mas acredita que ele deverá acompanhar esse movimento ascendente. “Fatores como os recursos disponíveis de crédito, a demanda do mercado e a disponibilidade de terras não serão limitantes para o crescimento da agricultura. Somente a logística pode inviabilizar as perspectivas projetadas.”
Para a agropecuária, a estimativa é que, mesmo com o aumento das exportações, o mercado interno continue sendo o principal motivador de crescimento. O consumo interno deve ficar com 75% de toda a produção de bovinos e 82,3% de suínos. A maior parte das exportações de carne bovina deve ter os Estados Unidos como destino, enquanto a carne suína terá como principais importadores os mercados japonês, chinês e mexicano.
Ainda de acordo com Andrade, o saldo da balança comercial do agronegócio nos últimos doze meses, de US$ 83 bilhões, com receita de US$ 99,5 bilhões, é animador e demonstra a importância do setor e a responsabilidade do Ministério da Agricultura no combate a inflação.
Com informações do Mapa e do G1