Soja: cotações avançam pela quarta semana consecutiva
Mesmo com o fim da colheita de safra nacional recorde, os preços da soja registraram a quarta semana consecutiva de alta. Segundo pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), inicialmente o impulso foi provocado pela retração vendedora, justificada por preços considerados não atrativos; em seguida, a sustentação veio da firme demanda externa; agora, é a maior procura doméstica que puxa as cotações, em disputa com o mercado internacional, por conta da maior paridade de exportação, devido à valorização do dólar.
Além disso, produtores brasileiros consultados pelo Cepea estão atentos ao clima desfavorável ao semeio de grãos nos Estados Unidos, que pode favorecer a comercialização da oleaginosa brasileira. Entre 28 de abril e 5 de maio, o Indicador Cepea/Esalq Paraná subiu significativos 2,56%, fechando a R$ 64,88/saca de 60 kg na sexta-feira (5). O Indicador Paranaguá Esalq/BM&FBovespa finalizou a R$ 69,71/saca de 60 kg na sexta, com aumento de 2,8% em relação à sexta-feira anterior.
Milho: movimento dos preços diverge entre regiões
O comportamento dos preços do milho está distinto entre as diferentes regiões acompanhadas pelo Cepea. Segundo pesquisadores, no porto de Paranaguá (PR) e na região de Campinas (SP), as cotações do milho estão em ligeira alta, devido ao aumento pontual da demanda, enquanto na maioria das demais regiões os preços seguem pressionados por expectativas de maior oferta do cereal.
No início da semana passada, a oferta se sobrepôs à demanda em muitas praças, resultando em queda nos valores. De acordo com analistas do Cepea, enquanto produtores mostravam interesse em negociar, para liberar espaço em armazéns, compradores estavam cautelosos, adquirindo lotes apenas para consumo no curto prazo.
No entanto, no correr da semana, grande parcela dos produtores se retraiu, e compradores que estavam dispostos a negociar precisaram pagar os valores pedidos, devido aos baixos estoques. Entre 28 abril e 5 de maio, o Indicador Esalq/BM&FBovespa (Campinas – SP) subiu 0,28%, a R$ 28,25/saca de 60 kg na sexta-feira (5).
Mandioca: com disponibilidade elevada, preços seguem em queda
Os preços da mandioca continuam caindo em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea. Entre 2 a 5 de maio, a média nominal a prazo da tonelada da mandioca posta fecularia foi de R$ 476,49 (R$ 0,8287 por grama de amido) – 4,6% menor que a anterior.
Conforme pesquisadores do Cepea, produtores com necessidade de caixa estiveram mais dispostos a colher na última semana, inclusive raízes com menos de 12 meses, o que elevou o volume no mercado.
Melancia: oferta elevada pressiona valores na roça
Os preços da melancia registraram novas quedas na roça na última semana. Segundo pesquisadores do Hortifruti/Cepea, o recuo das cotações esteve atrelado ao aumento da oferta na região de Itápolis (SP). Entre 2 e 5 de maio, a melancia graúda (>12 kg) foi comercializada, em média, a R$ 0,31/kg nas roças do interior paulista, valor 16,7% inferior ao praticado na semana anterior.
As atuais cotações nas roças representam prejuízo para os produtores, já que estão abaixo do custo unitário médio na região. Para os próximos dias, a expectativa é de valorização da fruta local, devido à diminuição da oferta na região. Mais informações no site www.hfbrasil.org.br .
Fonte: Cepea/Esalq