No evento de comemoração dos 44 anos da Embrapa, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, reconheceu a importância estratégica da estatal para a agropecuária brasileira, mas disse que ela vem “perdendo terreno” para a concorrência de mercado. E que deve cobrar mais pelo conhecimento científico que produz.
“A Embrapa não pode abrir mão do seu conhecimento de graça. Ela está perdendo terreno, mas temos que revigorar essa empresa é pensar no seu futuro”, afirmou Maggi.
Segundo o ministro, esse futuro passa pela aprovação de um projeto de lei que tramita no Congresso em estágio inicial e cria a figura da Embrapa Tech, subsidiária da estatal que teria a missão de comercializar tecnologias da empresa em parceria com companhias privadas.
Maggi ainda alertou contra o que chamou de risco de verticalização da agricultura brasileira, diante da onda cada vez mais frequente de grandes fusões de multinacionais da cadeia do agronegócio pelo mundo. “Não podemos ficar na mão de duas ou três multinacionais”, disse.
O presidente da Embrapa, Maurício Lopes, também ressaltou que a criação das Embrapa Tech é fundamental para que a estatal crie um braço de negócios para “combinar seus ativos com os de mercado”.
“Tivemos um corte de 27% do nosso orçamento de R$ 350 milhões previsto inicialmente para 2016, mas a Embrapa não está em dificuldades”, disse Lopes. “Somos muito bons em ciência, mas o Brasil precisa transformar isso em produto e serviços”.
Fonte: Valor