Durante participação no evento “Café Brasileiro: Sustentabilidade e Qualidade”, que abriu as comemorações dos 60 anos de atividades da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), Evaristo de Miranda, chefe-geral da Embrapa Monitoramento por Satélite, falou a respeito dos estudos realizados sobre o Cadastro Ambiental Rural (CAR). Segundo ele, as pesquisas mostram que “não há ninguém no Brasil que preserve mais do que os agricultores”.
Miranda ressaltou à ocasião que a área preservada pelos agricultores corresponde a 11% do país, considerando a área de floresta dentro das propriedades. Com o avanço do CAR, esse número pode passar a ser entre 15% a 17% das áreas. Por outro lado, a produção agrícola do Brasil ocupa, em sua totalidade, 8% do território nacional.
Uso de terras
De acordo com o pesquisador, a atribuição, a ocupação e o uso de terras são fundamentais para entender a agricultura brasileira. Miranda se dirigiu principalmente aos jornalistas estrangeiros presentes ao evento para apresentar a distribuição de terras no Brasil.
Ele apresentou dados que mostram que, nos últimos 15 a 20 anos, foram atribuídos 155 milhões de hectares para 1.871 unidades de conservação. Para áreas indígenas, foram 118 milhões de hectares, representando 14% do território nacional. Além disso, há 9.350 assentamentos de reforma agrária, 300 quilombos e 1.917 áreas destinadas para uso militar. Com isso, o Brasil protege 37% do seu território – e pode chegar a 40%, pois existe uma demanda por mais terras.
Preservação com o CAR
Em síntese, quatro milhões de agricultores realizaram o Cadastro Ambiental Rural (CAR). O Censo diz que há cinco milhões de agricultores no Brasil, mas também considera aqueles que não possuem terras, como apicultores e piscicultores, além de pequenas propriedades pertencentes à população urbana.
Com isso, a Embrapa Monitoramento por Satélite trabalhou os dados de 610 agricultores que fizeram os cadastros de todos os dados de suas propriedades no CAR, concluindo que os imóveis representam 57% do Estado de Minas Gerais. Assim, foi descoberto que os agricultores preservam quase 18% do estado em suas propriedades rurais – seis vezes mais do que toda a área ambiental de Minas, estimada em 3%.
O pesquisador destacou que a sustentabilidade constitui uma espécie de marca dos territórios destinados à cafeicultura brasileira e que, com os dados do CAR, isso poderá ser cada vez mais demonstrado.
Fonte: Notícias Agrícolas