Operação Carne Fraca: muitas turbulências, perdas limitadas

Um mês depois de deflagrada pela Polícia Federal, a operação Carne Fraca, que investiga corrupção envolvendo fiscais agropecuários e funcionários de frigoríficos e que identificou irregularidades nos processos de produção de 21 estabelecimentos (a maior parte no Paraná), apresentou como saldo 63 pessoas indiciadas e muita volatilidade dos valores de mercado das companhias de proteínas animais com ações na BM&FBovespa. Já as reduções dos volumes das exportações do segmento foram menores que as esperadas e compensadas por receitas maiores.

Entre os indiciados estão fiscais, agentes de inspeção, empresários e funcionários de frigoríficos. De acordo com a PF, eles deverão responder por crimes contra a ordem econômica, corrupção passiva, emprego de processo proibido ou de substância não permitida, falsidade, organização criminosa, peculato, prevaricação, uso de documento falso e violação funcional, entre alguns outros.

Com funcionários e uma planta de produção sob suspeita, além de vendas menores nos mercados doméstico e externo, JBS e BRF amargaram quedas de valores de mercado. De longe, a que mais sofreu foi a primeira, que reduziu seus abates de bovinos em cerca de 30%; viu sua holding (J&F) enfrentar problemas relativos a outra controlada (Eldorado) e, de 17 de março até ontem, perdeu 13,8% de seu valor. O da BRF caiu 0,5% na comparação e mesmo a Minerva, que não foi citada na operação da PF, também registrou leve baixa (ver infográfico).

 

 

Leves também foram os recuos dos volumes das exportações, apesar das restrições temporárias – a maior parte já revertida, impostas por importadores. O volume dos embarques de carne bovina caiu 10,7% em março em relação ao mesmo mês do ano passado, para 125 mil toneladas; na carne suína a redução foi de 3,7% na mesma comparação, para 63.200 toneladas; e na carne de frango ficou em 4,1%, para 386.500 toneladas. Mas as receitas dos embarques de carnes de frango e de suínos subiram. Na carne bovina o valor diminuiu apenas 3,2%.

 

Fonte: Valor Econômico

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