Milho: retração vendedora diminui ritmo de queda, mas fundamentos seguem baixistas
Os preços internos do milho tiveram novas quedas na última semana, mas menos intensas que as registradas nos períodos anteriores. Segundo pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a pressão continua vindo do avanço das atividades de campo da safra 2016/17, que reforça, dia após dia, a expectativa de oferta recorde nesta temporada. Por outro lado, a retração vendedora interrompeu o movimento de queda na quarta-feira (12) e na quinta (13), especificamente.
Entre 6 e 13 de abril, a queda acumulada foi de 1,2% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 2,9% no de lotes (negociação entre empresas), contra respectivos recuos de 1,6% e 3,3% na semana anterior, na média das praças acompanhadas pelo Cepea. Na região de Campinas (SP), o Indicador Esalq/BM&FBovespa fechou a R$ 27,80/saca na quinta-feira (13), com baixa de 1,5% em relação à quinta-feira anterior, ainda refletindo principalmente a pressão compradora.
Soja: pela primeira vez no ano, preço reage
Os preços internos da soja em grão, em queda desde dezembro de 2016, reagiram nos últimos dias, puxados especialmente pela maior demanda para exportação. Segundo pesquisadores do Cepea, os valores também foram impulsionados pela retração de produtores, que reduziram o volume ofertado após os preços domésticos terem voltado aos menores patamares em cinco anos.
Outros fatores de sustentação foram as chuvas na Argentina, que criaram a expectativa de menor produção naquele país, e as pequenas altas nos preços na Bolsa de Chicago, que elevam a paridade de exportação. Entre 6 e 13 de abril, o Indicador Cepea/Esalq Paraná subiu 2,8%, fechando a R$ 61,34/saca de 60 kg na quinta-feira (13). Considerando-se o Indicador Paranaguá Esalq/BM&FBovespa, o fechamento da quinta-feira, de R$ 66,24/saca, superou em 3% o da quinta-feira anterior.
Mandioca: oferta segue em alta – reflexo do início da colheita
A oferta de mandioca tem crescido, refletindo, no início da colheita, a necessidade de os produtores liberarem as áreas em parte das regiões acompanhadas pelo Cepea e os preços ainda atrativos da matéria-prima. Por outro lado, o volume de raiz processado diminuiu, devido ao feriado da Sexta-feira Santa.
De modo geral, o ligeiro excedente pontual de oferta tem reforçado a pressão de indústrias sobre os valores da matéria-prima. Entre 10 e 13 de abril, o preço médio a prazo da tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 519,37 (R$ 0,9033/grama de amido), com queda de 2,5% na comparação com a média anterior, considerando-se as regiões acompanhadas pelo Cepea.
Citros: maior oferta e qualidade reduzida pressionam valores da laranja
Os preços das variedades de laranja in natura acompanhadas pelo Cepea seguiram pressionados no mercado paulista na última semana, tanto pela baixa qualidade das frutas disponíveis quanto pela maior oferta. Entre 10 e 13 de abril, a pera registrou média de R$ 31,55/caixa de 40,8 kg, na árvore, com queda de 8,3% em relação à anterior.
Segundo levantamentos do Cepea, a comercialização ficou praticamente estável no período. Alguns colaboradores, tomando por base o período de pagamento dos salários e o clima mais quente, afirmam que houve leve aumento da procura entre segunda-feira (10) e terça-feira (11) , mas a proximidade do feriado de Sexta-Feira Santa (14), limitou as vendas.
Fonte: Cepea/Esalq