Os contratos futuros do milho em Chicago se recuperaram um pouco após o anúncio do relatório de intenção de plantio dos EUA, no dia 31/03. Isso porque o mesmo indicou um recuo de 4% na área a ser semeada com o cereal neste novo ano naquele país. A área foi estimada em 36.4 milhões de hectares. Assim, o maio/17 fechou nesta quinta-feira (06), cotado a US$ 3,60 ¾/bushel, contra US$ 3,57 ½ uma semana antes. A média de março ficou em US$ 3,62/bushel, contra US$ 3,69 em fevereiro.
Contrabalançando o efeito negativo da intenção de plantio, o relatório de estoques trimestrais, em 1º de março, apontou um aumento de 10% sobre um ano atrás, com o mesmo chegando a 219 milhões de toneladas.
A partir de agora o clima nos EUA e na América do Sul passa a ser o elemento central de preocupação do mercado, devendo provocar muita volatilidade nas cotações nas próximas semanas e meses.
Nesse sentido, as temperaturas e chuvas para o Meio Oeste dos EUA, nos primeiros 15 dias de abril, continuam com indicativo de ficarem acima do normal. Talvez temperaturas mais quentes acelerem um pouco o plantio do milho em abril naquele país.
Paralelamente, as exportações dos EUA na semana anterior foram fracas, atingindo a 716.900 toneladas, melhorando na semana passada quanto alcançaram 1.45 milhão de toneladas. Porém, esse aumento foi insuficiente para reverter, de forma expressiva, o quadro atual de preços em Chicago.
Na Argentina, as fortes chuvas desta semana atrasaram um pouco a colheita, a qual alcança 11% da área total do cereal.
Por enquanto, as estimativas continuam indicando safra cheia na América do Sul, especialmente no Brasil, fato que não ajuda a uma recuperação dos preços internacionais do milho.
No MERCOSUL, a tonelada FOB na Argentina fechou a semana na média de US$ 165,00 e no Paraguai a mesma permaneceu a US$ 97,50.
No mercado brasileiro, a saca no balcão gaúcho fechou na média de R$ 21,76 (um ano atrás valia R$ 40,33, o que indica uma queda de 46% no período). Já os lotes registraram valores entre R$ 24,00 e R$ 24,50/saca. Nas demais praças os lotes oscilaram entre R$ 19,00/saca em Sapezal, Sorriso e Campo Novo do Parecis (MT) e R$ 26,00/saca em Videira e Concórdia (SC).
Em São Paulo, o CIF Campinas começou a semana com preços ao redor de R$ 30,00, porém, recuou para R$ 28,00 a R$ 28,50/saca no final da mesma. Já a Sorocabana paulista terminou a semana praticando R$ 25,00 a R$ 25,50/saca de milho.
Para viabilizar negócios no porto a R$ 30,00/saca, a Sorocabana terá que recuar ainda mais, chegando a R$ 24,00/saca FOB, o que equivale em Campinas a R$ 28,00/R$ 29,00 CIF. Portanto, o mercado ainda tem espaço para um pouco mais de recuo nos preços, porém, parece estar chegando ao fundo do poço.
Nesse sentido, muita coisa irá depender da safrinha brasileira e do clima que a mesma terá. Por enquanto, há muita pressão de venda no mercado físico nacional. Assim, enquanto os consumidores nacionais não encontram dificuldades para se abastecer os produtores e suas cooperativas enfrentam dificuldades no armazenamento do milho em função da forte entrada da safra de soja no momento. Assim, por enquanto, não há expectativa de reversão junto aos atuais preços do cereal no mercado brasileiro.
Enfim, a colheita da safra de verão, no Centro-Sul brasileiro, chegava a 58% da área em 31/03, contra 76% um ano antes na mesma época. Já o plantio da safrinha deste ano estava praticamente encerrado, faltando pouca coisa ainda em Minas Gerais (cf. Safras & Mercado).
Fonte: CEEMA / UNIJUI