O dólar comercial fechou em baixa de 0,70%, cotado a R$ 3,1155 para compra e a R$ 3,1170 para venda, com máxima a R$ 3,1410 e mínima a R$ 3,1110, com o mercado cauteloso sobre as medidas que o governo brasileiro anunciará para cobrir o rombo nas contas públicas deste ano, com expectativas de aumento de impostos.
“O mercado fica receoso com o que será anunciado, com o impacto que terá sobre a retomada do País”, disse o operador da H.Commcor Cleber Alessie Machado, ao ponderar, no entanto, que nos atuais níveis de preço a moeda norte-americana atraiu vendedores.
O governo anunciará no final desta tarde corte de cerca de R$ 30 bilhões no Orçamento de 2017 e reoneração das folhas de pagamentos como medidas para cobrir o rombo adicional de R$ 58.2 bilhões nas contas públicas deste ano, disseram à Reuters fontes com conhecimento sobre o assunto.
Outros aumentos da alíquota de tributos, como o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), também devem ser anunciados, mas em menor proporção do que a originalmente pensada pela equipe econômica capitaneada pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.
A meta de déficit primário deste ano é de R$ 139 bilhões para o governo central (governo federal, INSS e Banco Central).
O Banco Central brasileiro vendeu integralmente nesta sessão o lote de 10.000 contratos de swap tradicional ofertados para rolagem dos contratos que vencem em abril. Já foram realizados dez leilões, que reduziram para R$ 4.711 bilhões o estoque do lote que vence no mês que vem.
No mercado internacional, por volta das 17h35 (Horário de Brasília), o Dollar Index estava em alta de 0,25%, cotado aos 99,78 pontos, enquanto o euro estava em baixa de 0,44%, cotado a US$ 1,0766.
Juros futuros recuam na véspera de relatório trimestral de inflação
Os contratos futuros de taxas de juros negociados na BM&F caíram nesta quarta-feira, influenciados por indicadores que reforçaram a ideia de que a recuperação econômica será lenta e pela descompressão dos “yields” (retorno ao investidor) dos Treasuries (títulos do Tesouro americano), em meio à queda do dólar. O mercado aguarda ainda o anúncio do contingenciamento do Orçamento, previsto para esta quarta-feira.
Declarações do presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, ajudaram a sustentar o viés de venda de taxa no mercado. Ele reiterou a importância de reformas econômicas para reduzir a taxa real de juros estrutural, segundo relato de um profissional que esteve presente no evento do BofA do qual o presidente do BC participou em São Paulo. “Mas ele tentou mais uma vez desvincular os ruídos políticos das decisões do COPOM de cada reunião”, disse a fonte, considerando que isso sugere espaço para aceleração do ritmo de corte do juro a partir de abril.
O posicionamento do mercado em mais corte de juros deve ter respaldo extra amanhã, com a divulgação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI).
Hoje, as taxas de DI de curto prazo monitoraram dados mais fracos do setor de serviços e sinais de que o mercado de crédito continua lento. No caso específico do crédito, porém, a expectativa é de recuperação mais visível nos próximos meses, conforme as taxas de juros recuam.
Ao fim do pregão regular, às 16h, o DI janeiro/2018 caía para 9,825% (9,850% no ajuste anterior). O DI janeiro/2019 recuava para 9,430% (9,460% no último ajuste). E o DI janeiro/2021 cedia para 9,860% (9,910% no ajuste da véspera).