A carne brasileira dos estabelecimentos citados na Operação Carne Fraca que está a caminho dos países da União Europeia será rejeitada e terá de retornar ao Brasil, informou a Comissão Europeia em e-mail enviado ao G1. A União Europeia anunciou nesta semana a suspensão das importações de carne do Brasil, após a Polícia Federal deflagrar a Operação Carne fraca, que investiga irregularidades em 21 frigoríficos brasileiros.
A Comissão Europeia informou também que enviará representantes para participar de reuniões e visitar unidades produtivas e avaliar se medidas restritivas serão necessárias. A organização ainda informou que fará auditorias no Brasil “assim que possível e não depois do meio de maio”.
O comissário europeu para saúde e segurança alimentar, Vytenis Andriukaitis, estará no Brasil entre segunda (27) e quarta-feira (29). Ele terá reuniões com o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, com ministro da Saúde, Ricardo Barros, e com o presidente da Anvisa, Jarbas Barbosa.
“Dependendo dos resultados da verificação de controles, da evolução da crise (sanitária) e das respostas das autoridades brasileiras a demandas por medidas corretivas, a Comissão e os estados membros vão concluir se futuras medidas são necessárias”, disse a Comissão Europeia. “A proteção ao consumidor europeu será o fator determinante”, disse o comunicado.
Além dos membros da União Europeia, outros países anunciaram restrições à carne do Brasil em meio às investigações da Operação Carne Fraca. Veja a lista:
Suspensão
Hong Kong – Suspendeu temporariamente a importação de todas as empresas. Três dias depois, exigiu a retirada da carne brasileira do mercado.
China – Suspendeu o desembarque de carne brasileira, até que possa ter mais informações.
Chile – Suspendeu temporariamente as importações de todas as empresas.
Egito – Suspendeu temporariamente a importação de todas as empresas.
Argélia – Suspendeu temporariamente as importações de carnes brasileiras.
Jamaica – Suspendeu temporariamente a importação de carne processada e pediu o recolhimento dos produtos que estavam no mercado interno.
Trinidad e Tobago – Suspendeu temporariamente a importação de carne processada e pediu o recolhimento dos produtos que estavam no mercado interno.
Panamá – Suspendeu temporariamente a importação de carne processada.
Qatar – Paralisou o desembarque de carne brasileira até a validação de testes por amostragem.
México – Suspendeu temporariamente a importação de carnes brasileiras.
Bahamas – Suspendeu temporariamente a importação de carnes brasileiras.
Peru – O país suspendeu a permissão para a importação de carne de frango de duas empresas brasileiras investigadas.
Suspensão parcial
Japão – Suspendeu temporariamente a importação de carne dos 21 frigoríficos investigados.
África do Sul – Suspendeu temporariamente a importação de carne de seis frigoríficos.
União Europeia – Suspendeu temporariamente a importação de quatro frigoríficos e intensificou o controle sanitário.
Suíça – Suspendeu temporariamente a importação de carne vinda de quatro frigoríficos.
Reforço do controle pelas autoridades sanitárias
Estados Unidos – Anunciou que vai inspecionar 100% das amostras que chegarem ao país.
Vietnã – Anunciou a intensificação das inspeções.
Arábia Saudita – Aumentou o número de amostras inspecionadas.
Coréia do Sul – Aumentou de 1% para 15% das amostras inspecionadas. O país anunciou suspensão das importações, mas voltou atrás no dia 21 de março.
Pedidos de informação
Israel – Pediu informação sobre unidades exportadoras.
Barbados – Pediu informação sobre exportações de carne processada dos frigoríficos envolvidos.
Argentina – Realizará controle maior das importações e solicitou informações específicas de um único frigorífico que havia exportado à Argentina nos últimos três anos.
Fonte: G1