Carne Fraca: principais destaques

 

Três frigoríficos terão de recolher carnes e reembolsar clientes

Os frigoríficos Souza Ramos, Transmeat e Peccin, que estão entre os investigados pela Operação Carne Fraca, terão de recolher todos os seus produtos, distribuídos a supermercados e também já vendidos a consumidores. A determinação foi feita na quinta-feira (23) pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), do Ministério da Justiça. Em nota, a Senacon informou que os frigoríficos têm até cinco dias para dar início ao recall.

Dos três, apenas o frigorífico Peccin teve unidades interditadas após a Carne Fraca, em Jaraguá do Sul (SC) e Curitiba. A empresa é suspeita de uso de carne estragada em salsicha e linguiça, uso de carne mecanicamente separada acima do permitido, uso de aditivos acima do limite ou de aditivos proibidos.

O Souza Ramos é suspeito de substituição de matéria-prima de peru por carne de aves, e troca de favores por procedimentos fiscalizatórios. Já a Transmeat, por corrupção e injeção de produtos cárneos (água na carne de frango acima do permitido). (Fonte: G1)

 

Para reverter impacto da Carne Fraca, Ministro da Agricultura vai viajar para a China

Para tentar reverter o impasse com os chineses por causa da operação Carne Fraca, que bloquearam totalmente a importação de carne brasileira, o Ministro da Agricultura, Blairo Maggi viaja para a China nos próximos dias. Ele vai organizar uma missão de empresários brasileiros para conversar com os chineses.

Na quinta-feira (23), ele fez uma conferência com a mídia chinesa e colocou a culpa de toda a confusão causada pela operação Carne Fraca em agentes da Polícia Federal. Ele sugeriu aos chineses que façam uma visita surpresa a qualquer fábrica do país para que atestem a qualidade dos processos.

China e Hong Kong suspenderam todas as compras de produtos, não apenas dos frigoríficos investigados. Está proibida a importação de todo o país e de todo o tipo de carne. Blairo Maggi conversa hoje com o ministro da Agricultura da Rússia, para evitar que os russos também adotem medidas restritivas contra a carne brasileira. (Fonte: O Globo)

 

Hong Kong faz recall de carne de frango dos 21 investigados no Brasil

O Ministério da Agricultura acaba de informar que Hong Kong vai efetuar um recall da carne de frango congelada que estiver sido importada dos 21 estabelecimentos brasileiros investigadas na Operação Carne Fraca. O comunicado oficial foi enviado pelo Centro de Segurança Alimentar (CFS) de Hong Kong, por meio da embaixada brasileira no país.

De acordo com as informações recolhidas pelo CFS até agora, entre as 21 fábricas, seis delas exportaram para Hong Kong nas últimas seis semanas. Mas o órgão do país disse que irá manter contato com os importadores locais para acompanhar o recall.

“No que se refere à suspensão temporária de importações de carnes congeladas e refrigeradas provenientes do Brasil, o CFS manterá esta medida cautelar”, informa a nota do governo de Hong Kong repassada pelo Ministério da Agricultura brasileiro.

“Uma vez que as autoridades brasileiras forneçam informações mais detalhadas, o CFS realizará uma avaliação de risco adicional e revisará adequadamente suas ações de acompanhamento, incluindo a redução do escopo da proibição de importação”, disse o comunicado. Hong Kong também avisou que tomará providências para as “carnes e aves de capoeira congeladas e refrigeradas do Brasil” que estão sendo enviadas àquele país. (Fonte: Valor Econômico)

 

China pode usar embargo para forçar negociação maior

O governo avalia que os países importadores de carnes têm outros interesses além de explicações técnicas sobre o sistema sanitário brasileiro. Aproveitam falhas apontadas na Operação Carne Fraca da Polícia Federal, para forçar a queda dos preços dos produtos no mercado internacional. Um dos exemplos mais gritantes é o da China, que não se comove com os apelos das autoridades brasileiras para retroceder na decisão de suspender todas as importações provenientes do Brasil.

Segundo fontes ligadas ao Palácio do Planalto, a China tem interesses específicos no Brasil, que poderiam ser usados numa negociação para o fim do embargo à carne brasileira. Quer, por exemplo, regras mais claras para participar das concessões, com a definição do ambiente regulatório e do conteúdo local de setores como energia, óleo e gás, de preferência com normas que lhe favoreçam.

O ex-embaixador do Brasil na China Luiz Augusto de Castro Neves lembra que, em 2004, um carregamento de soja com sementes supostamente contaminadas foi barrado naquele país. Isso causou uma forte queda no preço do produto. — A situação da soja pode se repetir com a carne. A diferença é o apelo midiático — disse o diplomata.

Ciente desse cenário, em que o preço a ser pago pela Operação Carne Fraca poderá ser mais alto do que se pensava, o presidente Michel Temer determinou a criação de um grupo formado por representantes de todos os órgãos envolvidos em comércio exterior, para que façam um levantamento para identificar o que cada um dos países que adotaram barreiras ao Brasil quer em troca do fim da suspensão das importações. Seria uma forma de orientar as negociações para a retomada da credibilidade da carne brasileira.

Por enquanto, não há notícias sobre os resultados das negociações entre o lado brasileiro e o chinês. As reuniões têm sido intensas e a portas fechadas em Pequim. Na terça-feira (21), a porta-voz do governo chinês, Hua Chunying, afirmou que não há previsão para o fim da restrição.

Em cerimônia no Palácio do Planalto na quinta-feira (23) durante o lançamento do Portal Único de Comércio Exterior, Temer voltou a lamentar a reação dos parceiros internacionais à operação. Ele disse que a “nacionalidade” contestou o que poderia se transformar em um evento internacional “desastroso”. — Logo superaremos, esperamos, esse embaraço que pode causar prejuízo ao país, mas, digo eu, será logo superado pela compreensão de todos aqueles, a imprensa colaborou, quando eu falo em nacionalidade, o Brasil todo colaborou para esse fator — disse.

Embargo atinge cargas pré-operação

A decisão da China de suspender as importações brasileiras e reter nos portos todos os carregamentos chegados do Brasil, anunciada na segunda-feira (20) à noite, tem efeitos maiores do que se imaginaria. Aproximadamente 50 mil toneladas de carnes já foram impedidas de entrar no país, segundo relataram fontes ao Globo. Trata-se do equivalente a 18 dias de exportações brasileiras para o mercado chinês entre carnes de frangos, suínos e bovinos.

Embora a orientação para segurar a mercadoria só tenha sido divulgada oficialmente esta semana, o sinal de alerta foi acionado pelas autoridades chinesas desde a sexta-feira (17), quando estourou a operação da Polícia Federal no Brasil. Além disso, a medida acaba tendo um efeito mais amplo, ao atingir também cargas que haviam desembarcado no país antes do escândalo e já haviam sido inspecionadas pelas autoridades locais. Elas ainda aguardavam a liberação do certificado de inspeção, que leva, em média, 15 dias para ser emitido.

Não há risco de perdas das mercadorias estocadas, pois chegam congeladas ao país. No entanto, há outro detalhe que pode prejudicar o Brasil: os chineses mandaram devolver todas as carnes com o selo de classificação CIF 530 da Seara. Ao chegar ao país, os carregamentos sofrem inspeção, pagam tributos e esperam a emissão do certificado para que sejam liberados para a venda no mercado.

A grande preocupação das autoridades brasileiras, neste momento, é que o Brasil nunca vendeu tanta carne para os chineses. São cerca de 80 mil toneladas por mês. Foram cerca de US$ 2 bilhões no ano passado. O Brasil fornece 80% da carne de frango importada pela China. A carne bovina também ganhou destaque na pauta. No ano passado, o Brasil ultrapassou os australianos e se tornou o maior vendedor de carne bovina para o mercado chinês, contribuindo com 29% do total importado. O país é ainda o sétimo fornecedor de carne de suínos.

Em reunião com a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) na quinta (23), o presidente Michel Temer informou que editará um decreto nos próximos dias endurecendo as regras de fiscalização e de penalização a fiscais sanitários para evitar irregularidades. O presidente afirmou aos parlamentares que pretende editar o decreto com nova regulamentação de inspeção sanitária até dia 29 deste mês. A ideia, segundo participantes da reunião, é atualizar o Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (Rispoa), decreto da década de 1950. (Fonte: O Globo)

 

Exportadores de frangos e suínos perderam US$ 40 milhões em uma semana após Carne Fraca

Indústrias exportadoras de carne suína e de frango perderam US$ 40 milhões na primeira semana, após as revelações da Operação Carne Fraca, que levaram ao fechamento de diversos mercados no exterior, estimou hoje a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). A receita corresponde a 22% da previsão total de embarques de uma semana, de US$ 185.7 milhões.

A ABPA estimou que os bloqueios totais ou parciais, que ocorrem em 25 mercados, representam 20% da receita das exportações de carne de frango e 33% dos embarques de carne suína. A entidade destacou que os principais impactos ocorrem com os bloqueios na Ásia. A China é a segunda maior importadora de carne de frango e terceira maior importadora de carne suína do Brasil. Já Hong Kong é o segundo maior importador de carne suína e sexto no ranking de embarques de carne de frango.

“Os equívocos na divulgação da Operação Carne Fraca (da Polícia Federal) causaram impactos globais. Já temos 25 mercados com algum tipo de bloqueio, parcial ou total. Estamos, junto ao governo brasileiro, em um esforço para apresentar os devidos esclarecimentos aos vários mercados que são nossos importadores, buscando restabelecer a situação das exportações”, disse em nota o presidente-executivo da ABPA, Francisco Turra. (Fonte: Reuters)

 

Veterinários da União Europeia recomendam reforço nas análises da carne brasileira

Especialistas veterinários da União Europeia recomendaram hoje verificações reforçadas nas importações de carne do Brasil, depois das revelações da Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, disse uma fonte do bloco econômico. Especialistas dos 28 países do bloco reuniram-se em Bruxelas para discutir a resposta do bloco para o escândalo no Brasil e o risco de carne estragada ou contaminada chegar ao continente europeu.

A Comissão Europeia disse na segunda-feira (20) que irá impedir a entrada de carnes de unidades processadoras sob investigação. “Os especialistas disseram que é de grande importância ter bons controles na entrada na União Europeia”, disse uma fonte da UE familiarizada com as conversas. “A visão deles é que as verificações físicas e microbiológicas sejam reforçadas de maneira significativa.” (Fonte: Reuters)

 

 

 

 

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