As cotações do trigo em Chicago oscilaram bastante na semana, fechando a quinta-feira (16/03) a US$ 4,36/bushel. Lembramos que o primeiro vencimento cotado, tanto para a soja quanto para o milho e o trigo, passou a ser o maio/17. Antes disso, a cotação chegou a recuar até US$ 4,12/bushel pressionada que foi pelo relatório de oferta e demanda do USDA, divulgado em 09/03, que foi baixista, e pela melhora no clima junto às Planícies do sul dos EUA, região que faz parte do cinturão produtor de trigo daquele país.
No Mercosul, a tonelada FOB para exportação registrou estabilidade entre US$ 170,00 e US$ 190,00.
Já no Brasil, os preços médios seguiram baixos e estagnados. No balcão gaúcho fechou a semana a R$ 28,13/saco, enquanto os lotes permaneceram entre R$ 31,00 e R$ 32,00/saco. No Paraná, os lotes igualmente se mantiveram, em referência, entre R$ 36,00 e R$ 38,00/saco.
Vale ressaltar que o mercado espera que os moinhos voltem lentamente às compras a partir de agora. Todavia, a grande oferta mundial e o real valorizado continuam levando os compradores nacionais a darem preferência ao trigo importado. E isso que o preço nacional médio se mantém, há meses, abaixo do preço mínimo! A principal origem das importações tem sido a Argentina, com 54,7% do volume comprado neste ano, seguida dos EUA com 23,8%. Em fevereiro, segundo a Secex, o Brasil importou 482.500 toneladas de trigo, sendo 87,5% originárias da Argentina, 5,7% do Uruguai, 4% dos EUA, e 2,8% do Paraguai.
Apesar da expectativa de os moinhos nacionais voltarem às compras, é bom frisar que muitos estão reduzindo bastante o ritmo de moagem neste momento, alongando seus estoques (cf. Safras & Mercado).
Em tal contexto, é muito pequena a possibilidade de os preços do trigo brasileiro melhorarem, salvo uma forte desvalorização do real, a qual encareceria o trigo importado.
Ceema / Unijui