Segundo a Consultoria Trigo & Farinhas, o Rio Grande do Sul já comercializou 74,43% das 2.6 milhões de toneladas produzidas na safra 2016/17. Isto significa que já foram comercializadas 1.3 milhão de toneladas, entre as compras diretas dos moinhos (algo ao redor de 1.08 milhão de toneladas), mais as vendas para fora do estado (outras 250.000 toneladas) e negociadas nos leilões (600.000 toneladas).
Restam, portanto, algo ao redor de 700.000 toneladas disponíveis para comercialização no Estado. A isto deve-se somar as 225.000 toneladas de importações entre outubro-16/fevereiro/17 para abastecer os moinhos até novembro deste ano, isto é nos oito meses vindouros, o que daria uma disponibilidade de 88.000 toneladas/mês (102.000 toneladas se forem adicionadas as importações, para uso interno dos moinhos do estado, contra uma necessidade de 125.000 t0neladas/mês).
“Se isto verdadeiramente corresponder à realidade, é motivo para prever alta nos preços a médio e longo prazo”, disse o analista sênior da Consultoria Trigo & Farinhas, Luiz Carlos Pacheco.
No Estado do Paraná, a produção foi de 3.4 milhões de toneladas. Entraram mais 422.000 toneladas de trigo paraguaio entre outubro/16 e fevereiro/17, pelas estatísticas oficiais do país, além de 70.000 toneladas de trigo argentino – perfazendo uma oferta total de 3.9 milhão de toneladas. Destas, os moinhos compraram 1.25 milhão de toneladas, foram negociadas para fora do estado cerca de 650.000 toneladas diretamente entre as empresas e mais 120.000 tons via leilões da Conab, totalizando um uso de 1.93 milhões de toneladas, ou 49,53% da oferta total.
Isto significa que há uma disponibilidade de 1.96 milhões de toneladas ainda não comercializadas no Estado, ou 50,41% da disponibilidade total, para um consumo pelos moinhos do estado de 1.87 milhão de toneladas, restando, portanto um excedente de 90.000 toneladas para serem negociadas para fora do estado (outros estados ou exportação).
Segundo Pacheco, os preços baixos do Rio Grande do Sul levaram a um uso maior do que os do Paraná e a uma provável escassez de matéria prima no estado, com provável alta de preços para o trigo gaúcho a partir de junho/julho. Já os preços mais elevados do Paraná e, a partir deste mês de março, ao aumento da alíquota de ICMS que aumenta em 6% o custo do trigo paranaense, tendem a fazer sobrar trigo no estado e consequente queda nos preços.
Fonte: Agrolink