Produtores de cebola de Santa Catarina farão protesto em frente às agências do Banco do Brasil, na manhã desta terça-feira (dia 7), em oito municípios do Alto Vale do Itajaí. De forma sincronizada, a partir das 9h30 da manhã, os produtores estarão concentrados nas respectivas agências de Ituporanga, Aurora, Atalanta, Petrolândia, Leoberto Leal, Imbuia, Alfredo Wagner e Vidal Ramos.
Em Santa Catarina, maior produtor do país, 13 mil pequenos agricultores cultivaram 21 mil hectares e colheram uma supersafra de 580 mil toneladas de cebola. A colheita iniciou em outubro e foi encerrada em dezembro passado.
Além da grande produção interna, o mercado nacional foi inundado – em especial, o nordeste brasileiro – com cebola importada da Holanda. O resultado foi um só: os preços despencaram. O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) José Zeferino Pedrozo sintetiza que o preço mínimo está fixado em R$ 0,61 o quilo, o custo de produção é de R$ 0,70/kg e o mercado está praticando apenas R$ 0,50/kg.
“Os produtores catarinenses estão vivendo uma forte crise de renda. A grande oferta gera uma queda no preço e uma desleal concorrência com produtos importados da Europa. A importação da cebola atingiu 334.700 toneladas”, disse o presidente do Sindicato Rural de Ituporanga Arny Mohr.
Ele assinala que a crise deixou os produtores em situação de insolvência, com a necessidade de prorrogação dos financiamentos de crédito rural junto ao Banco do Brasil. Esse financiamento vence 90 dias após a colheita.
A Faesc solicitou ao governo federal que, além da prorrogação dos financiamentos, os produtores não sejam declarados inadimplentes. Assim, poderão contratar nova operação de crédito para a próxima safra.
Outras medidas reivindicadas são a tributação da cebola importada e o aumento do preço de garantia do programa de agricultura familiar de R$ 5 mil para R$ 10 mil.
Mobilização
A mobilização terá início às 8 horas da manhã desta terça-feira (dia 7) na sede de cada sindicato rural e segue, às 9h30, para as agências do Banco do Brasil. Sindicatos rurais de diversos municípios estão engajados na manifestação. O movimento conta com o apoio da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetaesc) e Associação de Produtores de Cebola de Santa Catarina (Aprocesc).
Fonte: MB Comunicação