Cooperativas do Paraná distribuem sobras de R$ 465 milhões a produtores

Vida de produtor não é fácil. Lidar com a seca, crise econômica, pragas, entre outros problemas, tornam o seu trabalho diário, no mínimo, desafiador. Mas notícias boas também batem à sua porta. Como, por exemplo, receber um cheque de R$ 50 mil de uma hora para outra. É o que vem acontecendo no interior do Paraná.

As cooperativas agropecuárias do estado, que faturaram dezenas de bilhões todos os anos, estão apresentando a seus associados o balanço de 2016. Além do faturamento, as assembleias gerais revelam o tamanho das sobras que serão divididas entre os cooperados.

Considerando o valor do excedente de quatro grandes cooperativas, anunciado nas últimas semanas, o total chega a R$ 465 milhões. A distribuição das sobras faz parte do estatuto das cooperativas – uma forma de associativismo. Ou seja, nesse modelo de negócio há sócios – e não clientes -, e todas as decisões são tomadas em assembleia.

O anúncio mais recente foi o da Coamo, maior cooperativa agroindustrial da América Latina. Na última quarta-feira (15), a cooperativa anunciou faturamento de R$ 11.45 bilhões (+7%) e sobras de R$ 338 milhões, que começam a ser distribuídos aos produtores a ela associados na quinta-feira (16).

Em Cascavel (PR), a cooperativa Coopavel faturou mais de R$ 2 bilhões, um desempenho 9% maior em comparação com o ano de 2015. Esse resultado foi alavancado pela produção de carne que cresceu 17%. Foram destinados aos cooperados R$ 53 milhões, valor proposto pelo Conselho Administrativo da cooperativa e aprovado pelos membros. As sobras começarão a ser distribuídas em março.

Na distribuição, cada produto tem um preço específico. Os suínos são os mais valorizados, e cada um vale R$ 2. A soja também se destaca. Serão pagos R$ 1,20 por saca do grão. Já as aves valem R$ 0,36 e o trigo R$ 0,60 por cada unidade. Segundo o diretor da cooperativa, Dilvo Grolli, as pessoas que produziram mais receberão, no máximo R$ 50 mil cada.

O lucro da Coopavel cresceu 34%. Grolli explica que a diversidade de mercadorias influenciou no resultado. “Ela é diversificada e tem cinco produtos principais: grãos, insumos, carne de frango, suína e derivados de grão. Quando um deles não vai bem no ano, os outros dão a resposta”.

Já a Copacol, cooperativa da cidade de Cafelândia,  na região oeste do Paraná, faturou mais de R$ 3 bilhões. Entretanto, apesar de registrar faturamento 8% maior em relação ao ano de 2015, a distribuição das sobras foi menor. Este ano, foram distribuídos apenas R$ 38 milhões. Em 2015, os cooperados receberam R$ 71 milhões. O presidente, Valter Pitol, disse que o cenário econômico do país foi o principal vilão desse resultado. “O custo das matérias-primas foi muito alto e a agricultura, como um todo, deu muito prejuízo”.

Pitol explica que o valor da unidade do produto é igual e proporcional à sua comercialização. Um dos destaques da produção foi a soja. Para cada saca comercializada, foi pago R$ 1,90.

A Copacol também está investindo na produção de peixe. Neste ano, ela duplicou o abate de tilápia, produzindo 140 mil peixes. De acordo com o diretor, o mercado tem contribuído para a produção de tilápia, que também é mais rentável para o produtor.

Ranking de sobras de 2016

Coamo: R$ 338 milhões
Coopavel: R$ 53 milhões
Copacol: R$ 38 milhões
C.Vale: R$ 36 milhões

 

Fonte: Globo Rural

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