Não houve anúncio de novo leilão de trigo na última segunda-feira (13/02), embora o governo tenha anunciado um aporte de mais R$ 100 milhões adicionais aos R$ 150 milhões anunciados inicialmente. De acordo com a Consultoria Trigo & Farinhas, essa verba poderia ser usada para a realização de mais nove leilões – e isso levantaria consideravelmente o preço do cereal e inverno no mercado doméstico.
“Fizemos os cálculos: no último leilão, gastou pouco mais de R$ 9 milhões. Então, se leilões forem usados para gastar a nova verba destinada a ajudar a comercialização do Rio Grande do Sul, poderá comportar mais nove leilões de 50.000 toneladas, ou mais 500.000 toneladas nas próximas semanas. Não estamos afirmando, apenas conjeturando o que pode acontecer, uma vez que o governo não especificou como quer usar esta verba”, disse o analista sênior da T&F, Luiz Carlos Pacheco.
Segundo ele, independente de novos leilões, “se o governo escoar mais 500.000 toneladas do RS (esperamos que o PR seja incluído nisto, porque depois da nova lei do ICMS vai sobrar muito trigo no estado), os preços domésticos do trigo certamente irão subir e muito. Isso porque os preços do trigo argentino, principal concorrente do brasileiro, já subiram e estão chegando a Curitiba, por exemplo, ao redor de US$ 215,00 toneladas”.
Outra consequência apontada por Pacheco é que a disponibilidade interna sofreria forte redução, reduzindo a estimativa de estoques finais de 2.08 milhões de toneladas (ou 2,39 meses de moagem) para 1.5 milhão de toneladas, ou 1,7 mês moagem. “Mas, voltamos a frisar, nada é certo, por enquanto, tudo é conjetura. Mas, pode acontecer. Estamos apenas alertando”, disse.
Fonte: Agrolink
