Para uma plateia lotada de representantes de diversos segmentos do agronegócio, o ministro da Agricultura Blairo Maggi disse ontem ter apenas um “porém” em relação à regulamentação da venda de terras a estrangeiros. Em sua visão, é preciso alguma restrição à participação de fundos de investimento em áreas de culturas anuais, como grãos.
“Vamos imaginar que grandes fundos, não os soberanos, mas grandes fundos imobiliários possam comprar terras e queiram plantar. Chega um dia em que [a soja na bolsa de] Chicago chega a US$ 5,00 o bushel e eles fazem as contas e não dá para plantar. Como é um fundo e tem tudo pago, decide não plantar. Imagina o que é isso para os municípios”, afirmou o ministro na Fiesp.
“Quando eu sou agricultor, eu tenho financiamento de 10 anos para pagar, então se não produzir, não tenho de onde tirar. No preço muito alto ou muito baixo, tenho que produzir. O que não acontece com grandes fundos donos de terra”, disse.
Para o ministro, “se acharmos uma maneira de limitar, não tem problema” liberar a venda de terras a estrangeiros. Uma saída, disse, é exigir que os fundos arrendem as terras que eventualmente adquirirem a produtores. Com isso, “alivia essa preocupação” e “podemos melhorar liquidez do preço da terra”, disse.
Fonte: Valor