A produção global de ração bateu recorde de 1,032 bilhão de toneladas em 2016. O aumento foi de 3,7% em relação às 995,6 milhões de toneladas do ano anterior. A informação faz parte de um relatório divulgado esta semana pela Alltech, líder mundial no setor de saúde e nutrição animal.
O avanço foi o maior registrado até o momento, desde a primeira pesquisa realizada pela empresa americana em 2011. A partir daí até o ano passado, segundo o levantamento, o aumento da produção foi de 19%, totalizando 161 milhões de toneladas e alta de 2,95% ao ano.
Para Hélio Sirimarco, vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), “o incremento do consumo, com o crescimento dos rebanhos, é a principal razão para o avanço”. Ele destaca ainda que a queda dos preços globais dos alimentos, quando comparados com os números de 2015, também contribuiu para o resultado: “Em uma perspectiva global, o preço das rações ficou, em geral, 5% a 7% inferiores em 2016”.
CENÁRIO BRASILEIRO
No Brasil, os setores pecuário e granjeiro mostram outra realidade. No ano passado, o país enfrentou uma estiagem que afetou as lavouras de milho na safra de inverno 2015/16 e, por causa disso, não houve aumento na produção de ração.
De acordo com informações do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações), no primeiro semestre de 2016, quando a menor oferta de milho ainda não havia se refletido na criação de aves e suínos, a produção de ração em território nacional chegou a registrar um aumento de 3,2%. Mas na segunda metade do ano, esse crescimento foi anulado pela forte redução da produção de carne de frango.
O Sindirações indica que, em 2017, a produção e o consumo de ração animal do Brasil deverão aumentar 3,3%, após a estagnação verificada no ano passado. A estimativa é de que, com a baixa nos preços do milho (principal matéria-prima do setor), os produtores de aves, suínos e bovinos retomem suas atividades com maior desempenho.
RANKING
Em termos globais, a China continua a liderar a produção e o consumo de rações, apesar da redução do número de fábricas. Segundo a Alltech, em apenas um ano, o número de fábricas de rações no país asiático diminuiu cerca de 30%, passando de 8,5 mil unidades para seis mil plantas. Mesmo assim, a produção chinesa de ração aumentou 4% em 2016, totalizando 187,2 milhões de toneladas.
Estados Unidos e Brasil permanecem em segundo e terceiro lugares no ranking, respectivamente. São países que consomem o que produzem.
“No caso do Brasil, o consumo de rações está concentrado no segmento de aves, com 57% do total, e de suínos, com 23%. Fatias menores da produção são destinadas ao confinamento de gado e à pecuária leiteira, além de outros animais, como cães, gatos, cavalos e peixes”, informa Sirimarco.
Por equipe SNA/RJ com informações do Valor Econômico