O plano da China para se livrar de seus massivos estoques de milho ao usar o grão como matéria-prima em sua recém-criada indústria de plásticos biodegradáveis pode ser um divisor de águas para a Changchun Shengda Biomaterial e outras fábricas privadas no cinturão de milho da China.
Após comprar milho durante anos para apoiar produtores, Pequim precisa encontrar uma maneira de utilizar um estoque tão grande que seria capaz de alimentar as 1.4 bilhão de pessoas da China por mais de um ano.
O governo acredita que a solução para sua “dor de cabeça” de longa data pode estar na promoção do setor de polilactida, que transforma amido de milho e mandioca em produtos de plástico biodegradável como sacos e pratos.
O gabinete estatal de grãos da China anunciou a estratégia em documento que traça políticas para os próximos cinco anos no fim de dezembro, que também inclui um esforço para aumentar a produção de etanol e o uso do grão como ração animal.
Mas o órgão não deu detalhes sobre como iria implementar o plano, que tem potencial para impulsionar os preços do milho em um momento de excedente global de oferta.
Ainda assim, a política marca uma mudança significativa para o governo chinês e sua fixação por segurança alimentar, proveniente da dura experiência de três anos de fome, entre 1958 e 1961.
A possível mudança também ilustra como o acúmulo de milho — e um mercado inchado por safras recordes nos EUA — está forçando políticos a entrar em território novo e pensar novas soluções.
Fonte: Reuters