Tecnologia facilita monitoramento do risco agrícola

O sistema funciona via web e é exclusivo do Ministério da Agricultura. Foto: Divulgação
O sistema funciona via web e é exclusivo do Ministério da Agricultura. Foto: Divulgação

O monitoramento do risco agrícola no país vem se tornando mais eficiente com o apoio da tecnologia da informação. Para realizar uma análise mais precisa de todas as informações referentes a perdas na produção, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) conta com uma Central de Informação de Risco Agrícola (Cira).

O sistema integra dados de diversas fontes, como crédito e seguro rural, indicadores socioeconômicos e zoneamento agrícola, permitindo gerar análises específicas. Por meio de gráficos, relatórios e tabelas, é possível traçar um panorama da situação atual e ainda produzir séries de dados históricos relativos a eventos climáticos, como seca, geada, vento, excesso de chuva, entre outros.

Os comunicados de ocorrências relacionadas à seca, por exemplo, podem ser monitorados diariamente, por estado ou município. Os dados abrangem o território nacional, incluindo todas as culturas do zoneamento agrícola brasileiro. Com isso, os boletins de monitoramento da safra emitidos pelo Ministério também usam a Cira como fonte para a elaboração das análises e recomendações.

 

PROAGRO

Atualmente, a Central conta com informações de operações de crédito de custeio agrícola amparadas pelo Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), de operações de seguro rural privado que contam com subvenção do governo federal e informações de indicadores relacionados
à atividade agrícola provenientes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Conforme o coordenador-geral de Zoneamento Agropecuário do Mapa, Gustavo Bracale, a Central faz parte de um esforço maior do Departamento de Risco de Gestão Rural do Ministério para mapear e melhor qualificar os riscos produtivos na agropecuária brasileira. “Existem muitos dados estatísticos de diferentes instituições, ainda que dispersos, que podem e já estão auxiliando nesse objetivo”, afirmou.

 

INTEGRAÇÃO DE DADOS

Bracale ressalta que o projeto permite a integração dos dados relativos ao risco produtivo em uma base unificada, facilitando o cruzamento dessas informações e a geração de análises e estudos mais detalhados, que servem
de orientação para ações conduzidas pelo Mapa no que tange à minimização de riscos de produção no campo. Como exemplo, aponta o estudo recente conduzido pelo Ministério para identificar áreas prioritárias para o programa de apoio ao seguro rural, visando otimizar a aplicação de recursos públicos destinados a essa política.

A tecnologia foi desenvolvida pela Embrapa Informática Agropecuária (Campinas, SP), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Mapa. O analista da Unidade, Luciano Vieira Koenigkan, conta que a Central foi estruturada para que o usuário do sistema possa obter os dados da forma mais adequada às necessidades, propiciando análises especializadas. Esse sistema funciona via web e é exclusivo do Ministério da Agricultura.

 

CONSULTA DESEJADA

O uso de ferramentas de business intelligence (BI) possibilita extrair e integrar dados obtidos de variadas bases e diferentes formatos, como planilhas, bases de dados e outros sistemas, padronizando-os e permitindo a recuperação da forma mais apropriada, de acordo com o tipo de consulta que se deseja. “As ferramentas de BI ampliaram a quantidade e a variedade das informações. Assim, o usuário tem à sua disposição um conjunto de variáveis e pode combiná-las da melhor forma, para realizar suas análises”, explica Koenigkan.

A Cira é um serviço que integra o Sistema de Monitoramento Agrometeorológico Agritempo, consórcio que organiza e administra dados de um conjunto de mais de 1.300 estações meteorológicas espalhadas pelo País, resultado de parceria entre diversas instituições nacionais. Os sistemas são mantidos com recursos do Mapa, por meio de convênios de cooperação técnica firmados com a Embrapa Informática Agropecuária.

 

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Fonte: Revista A Lavoura – edição nº 700/2014

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