Depois de sofrer com um dos El Niños mais forte desde 1950, a agricultura brasileira terá de lidar neste verão com o efeito La Niña, oposto a El Niño. Os dois fenômenos oceânicos atmosféricos interferem no clima do Brasil, causando alterações no padrão de temperatura e de chuva. Segundo Alexandre Nascimento, meteorologista da Climatempo, o fenômeno La Niña já começa a atuar sobre o país, mas não com forte intensidade, e deve se afastar já no fim do verão.
Caracterizado pela diminuição da temperatura da superfície das águas do Oceano Pacífico, um dos efeitos do La Niña no Brasil é aumentar as chuvas sobre o Nordeste. Além disso, o fenômeno também estimula a formação da Zona de Convergência do Atlântico Sul, que facilita a formação de áreas de chuva persistentes.
Segundo a meteorologista da Climatempo, Josélia Pegorim, os principais centros de monitoramento do clima global concordam que La Niña irá atuar de forma fraca em 2017. O fato é que este fenômeno favorece mais chuvas em algumas áreas brasileiras e diminui em outras.
Depois de dois anos secos, as plantações de café do país voltaram a receber maiores precipitações, e isso deve favorecer a próxima safra. As regiões produtoras de cana-de-açúcar e café do Sudeste e Centro-Oeste serão beneficiadas com a chuva.
Ainda em 2017, as lavouras de cana, principalmente no leste nordestino e no Espírito Santo, também podem registrar alto nível de pluviosidade, o que deve favorecer a cultura. De forma geral, a agricultura brasileira deve bater recorde nesta safra de grãos, inclusive o Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.
Fonte: Climatempo