Imea prevê aumento na produção em Mato Grosso para 2017

A novidade para o agronegócio mato-grossense em 2017 é a perspectiva de aumento na produção em virtude do clima, que pode ser um grande potencializador, diferente do que foi em 2016, quando o clima foi o grande vilão da quebra de safra na agricultura. Esta é uma das estimativas apresentada pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) durante coletiva de imprensa, realizada na manhã de quarta-feira (14), no auditório da Famato.

Segundo o gestor técnico do Imea Ângelo Ozelame, 2016 foi um ano atípico. A produção caiu de 28 milhões para 27.8 milhões de toneladas. “Foi uma queda expressiva devido aos problemas climáticos que acabaram prejudicando na produtividade, principalmente nas regiões do médio norte e nordeste do estado. Esta queda somada a do milho e do algodão, fez com que Mato Grosso deixasse de produzir pouco mais de 8 milhões de toneladas. Falando em reais, foi algo em torno de R$ 3.5 bilhões que deixaram de circular ”, disse Ozelame.

Tanto para a agricultura como para a pecuária o ano de 2016 foi conturbado. Na agricultura houve quebra de safra nas principais culturas como: soja, milho e algodão. Isso impactou expressivamente no estado. Os preços ficaram elevados e a alta do dólar também influenciou. No ponto de vista de Ozelame, o aumento do escoamento de soja para os portos do Norte neste ano foi um ponto importante para agricultura e para os sojicultores de Mato Grosso. “Isso potencializou que o estado exportasse mais produtos”, disse.

A pecuária também foi impactada em virtude do preço do milho. Na bovinocultura de corte houve um abate maior, porém, a expectativa de ter preço maior no final do ano não aconteceu. Os confinadores enfrentaram bastante dificuldade com a margem apertada, devido ao custo de produção de reposição que estava alto em 2016, e também o elevado preço do milho – um dos principais ingredientes para fazer o confinamento. Isso acabou reduzindo o número de animais no estado de até 50 mil cabeças.

A expectativa do Imea para 2017 é de que a agricultura tenha uma retomada na sua produção. Os preços ainda estão potencializados em virtude do dólar. “Em 2017 o dólar vai ser o balizador dos preços aqui para Mato Grosso. O custo de produção é o calcanhar de Aquiles do produtor. O custo está elevado e está onerando a lucratividade do produtor”, disse Ozelame.

Quanto à perspectiva para a pecuária, Ozelame afirmou que ela já está revertendo, e a expectativa é de mais animais aptos a serem abatidos. “O alerta para os pecuaristas em 2017 é que vai ser um ano desafiador, porém o produtor que estiver atento às expectativas de mercado vai conseguir ter boas oportunidades”, disse o gestor técnico.

Para o presidente do Sistema Famato Rui Prado, 2016 foi um ano ímpar, sem precedentes na história da agropecuária mato-grossense. “Mesmo em um ano em que tivemos uma quebra de safra da soja, do milho e do algodão, e as baixas relativas a pecuária e confinamentos de animais, foi um ano ascendente. Posso afirmar que foi um ano importante no ponto de vista da produtividade”, disse Prado.

VBP

A primeira estimativa do Valor Bruto de Produção (VBP) para 2017 apresentou crescimento significativo, se comparada à estimativa do ano anterior, saindo de R$ 56.35 bilhões para R$ 63.60 bilhões, com aumento de 12,9%. Na agricultura e floresta, a expectativa é de aumento de 16,6%. No VBP da pecuária, a primeira estimativa para 2017 demonstrou aumento de 1,9% em seu valor, se comparado com a previsão do ano passado.

A maior variação veio da atividade da bovinocultura de corte (2,7%), seguida pela suinocultura com 4,4% de alta. No caso da bovinocultura de corte, aguarda-se um ano de maior oferta, porém, com preços em patamares levemente menores, enquanto que na suinocultura a expectativa é de preços estáveis e abate relativamente maior.

O superintendente do Imea Daniel Latorraca reforçou o compromisso do instituto com a classe produtora. “Visando à melhoria dos nossos dados, estudos e levantamentos, nós vamos iniciar 2017 com dois novos indicadores: o arroz e o feijão. As publicações desses indicadores serão, a princípio, semanais, conforme fazemos com os boletins de soja, milho, algodão e bovinocultura”, disse Latorraca. O Imea também lançará ano que vem o Outlook 2027, que irá revelar as projeções agropecuárias para os próximos dez anos em Mato Grosso.

Novo site

O superintende apresentou ainda o novo layout do site da instituição que, segundo ele, é mais intuitivo, dinâmico e transparente. “Um site muito mais prático, usual e transparente. Esperamos que o produtor rural possa explorar mais as informações, relatórios e projeções. Nós buscamos fazer um site fácil que atenda às expectativas de produtores rurais de Mato Grosso e de todo Brasil, assim como pesquisadores, imprensa, empresas do agronegócio e investidores”, disse.

Atualmente, o site do Imea tem mais de um milhão de acessos anualmente. “Apesar de não ser um site bilíngue, temos acesso do mundo inteiro. Temos visitas diárias de uns, semanais de outros e esporádicas de investidores, de produtores e de todas as pessoas que acompanham o nosso trabalho. Nós estamos na era da informação e o negócio do Imea é informação”.

Para finalizar, Latorraca homenageou o presidente Rui Prado pela reestruturação do Imea no ano de 2008. Quando Prado assumiu a presidência do Sistema Famato, o Imea já existia, porém funcionava apenas com dois colaboradores. De acordo com Latorraca, hoje no instituto existem os melhores dados da agropecuária mato-grossense.

“O presidente Rui Prado acreditou no Imea e apostou que poderíamos ser uma instituição estruturada com análises e dados muito precisos sobre as cadeias produtivas de Mato Grosso. Se hoje somos exemplo para o Brasil e o mundo, devemos a ele”, disse Latorraca em nome de todos que fizeram parte da história do Imea.

 

Fonte: Famato – Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso

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