O plantio da soja 2016/2017 caminha para o seu fim, com um valor financiado para cobrir o seu custeio de R$ 17.37 bilhões. O volume é 7,47% superior ao desembolsado pelos sojicultores no ciclo 2015/2016. Segundo estudo da composição do “funding” do custeio para a safra 2016/2017 em Mato Grosso, os recursos próprios seguem como principal agente financiador da produção da oleaginosa no estado, apesar da participação no custeio ter caído de 40% a 33%, de um ciclo para o outro.
O plantio da soja 2016/2017 atingiu, na última semana, 99,31% dos 9.368 milhões de hectares destinados para o ciclo. Levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) revela que apenas as regiões nordeste (96,40%), norte (99,75%) e sudeste (99,58%) seguem com os trabalhos no estado.
O estudo do “funding”, realizado pelo Imea, mostra que, dos R$ 17.37 bilhões a serem financiados para cobrir o custeio desta safra, R$ 5.69 bilhões (33%) são recursos próprios dos produtores, enquanto R$ 4.21 bilhões (24%) são provenientes de multinacionais de agroquímicos e grãos; R$ 2.89 bilhões (17%) de bancos com recursos federais; R$ 2.08 bilhões (12%) proveniente do sistema financeiro, e R$ 2.48 bilhões (14%) de revendas.
O levantamento mostra que a participação das multinacionais de agroquímicos e grãos como agente financeiro saltou de 17% para 24%, assim como a do sistema financeiro, de 11% para 12%, e de bancos com recursos federais, de 15% para 17%. Em contrapartida, a participação das revendas caiu de 17% para 14%, e no que tange o uso de recursos próprios dos produtores, de 40% para 33%.
O Imea explica que o “funding” da soja em Mato Grosso “é obtido pela área total da soja no estado vezes o custo com os insumos da lavoura na safra 2016/17. Assim, é possível obter os percentuais de participação de cada agente de mercado”. Ainda de acordo com o estudo, “a baixa produtividade da soja e do milho (segunda safra) do ciclo 2015/16 é um dos fatores que explicam as mudanças ocorridas no funding da safra 2016/17, sobretudo com relação a redução na utilização de recursos próprios”.
A perspectiva é que sejam colhidas neste ciclo 29.89 milhões de toneladas, com aumento de 7,5% em relação as 27.811 milhões de toneladas colhidas na safra 2015/2016. O custo médio de produção por hectare em Mato Grosso ficou em R$ 3.188,64.
Comercialização
Conforme acompanhamento de comercialização apresentado pelo Imea, os sojicultores estão “cautelosos” na hora de vender o grão antecipadamente. Até novembro, 36,3% das 29.89 milhões de toneladas previstas para colher haviam sido comercializadas. Ao se comparar com as vendas do ciclo 2015/16, há um recuo na comercialização do atual ciclo. Isso significa 16,85% a menos que os 53,1% travados com antecedência em 2015.
Fonte: Agro Olhar