As tradings do agronegócio aumentaram sua fatia no financiamento da safra de soja de Mato Grosso para 24% do total na temporada 2016/17 contra 17% na temporada anterior, informou nesta segunda-feira o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
O Imea informou ainda que as tradings tomaram o espaço das revendas de insumos e dos próprios agricultores, cuja participação caiu na comparação com a temporada passada.
“Ao ser analisado o peso de cada fonte de financiamento, nota-se uma dança das cadeiras no novo funding”, afirmou o Imea em relatório.
Segundo o Imea, a quebra das últimas safras de soja e milho atingiu o bolso do produtor, que agora está respondendo por 33% dos custos da safra da oleaginosa, contra 40% na temporada passada.
“As revendas, que já vinham reduzindo a sua participação drasticamente no financiamento desde a safra 2015/16, continuaram essa tendência, com as ‘tradings’ abocanhando parte deste mercado”, disse o Imea.
As tradings também costumam realizar negócios na modalidade conhecida como “barter”, em que acertam troca de insumos agrícolas pelo produto colhido.
Já as revendas recuaram de 17% para 14% a sua participação no funding.
O custo total da safra de soja estimado pelo Imea em Mato Grosso, o maior produtor brasileiro da oleaginosa, foi de R$ 17.37 bilhões contra R$ 16.35 bilhões na temporada passada, com produtores elevando a área de plantio no Estado.
Já os bancos aumentaram a sua participação no financiamento devido, principalmente, à liberação de recursos de pré-custeio, que contribuiu com 72% do montante total liberado pelos bancos com recursos federais.
Os financiamentos dos bancos com recursos federais responderam por 17% do total (contra 15% na safra passada), enquanto o sistema financeiro atendeu 12% da fatia (contra 11%).
Fonte: Reuters