Exportação de gado vivo entra em nova fase com destino mais pulverizado, afirma executivo

 

O mercado exportador brasileiro de gado bovino vivo atravessa uma nova fase, segundo os executivos do Frigorífico Minerva, o principal neste setor no país. Anteriormente, a pecuária bovina foi prejudicada pela queda da demanda da Venezuela, em virtude da crise política e econômica no Brasil, e pelo acidente de outubro de 2015, no Porto Vila do Conde, em Barcarena (PA), que paralisou as operações naquele local por um período.

“Obviamente, as exportações totais do Brasil caíram com a redução da demanda venezuelana, e agora também há uma nova fase em que mercados que eram abastecidos pela Austrália estão gradualmente fazendo acordos sanitários e migrando para o Brasil”, afirmou o diretor presidente da companhia, Fernando Galletti de Queiroz, há pouco, em teleconferência sobre os resultados da empresa.

Sobre a Austrália, adversidades climáticas enfrentadas pelo país nos últimos anos, entre outros fatores, reduziram o rebanho bovino e a produção de carne, deixando uma lacuna no mercado global exportador desses produtos, que deve se pronunciar no curto e médio prazos, abrindo oportunidades para o Brasil. “Estamos apostando nesse mercado (gado vivo), mas diferentemente do que era com Venezuela, temos destinos diferentes e mais pulverizados”, afirmou Queiroz. Apesar disso, ele afirmou que a divisão deve ter um peso menor no mix do Minerva, já que a empresa está apostando também em outros setores.

Em outubro de 2015, um navio com 5 mil animais do Minerva naufragou, no Porto Vila do Conde, em Barcarena (PA), e paralisou as operações do terminal por um período, fazendo o mercado buscar alternativas. Segundo o Minerva, ainda que a responsabilidade total pela carga seja da empresa de transporte marítimo contratada, o frigorífico teve contra si autos de infração lavrados para a apuração de danos ambientais, e se tornou ré em uma ação civil pública.

No terceiro trimestre deste ano, o Minerva afirmou, no relatório de resultados, que o desempenho negativo da Divisão Outros deveu-se ao fraco desempenho do segmento de exportações de gado vivo, que teve queda de 70% na comparação com o terceiro trimestre de 2015. Entretanto, parte desta queda foi compensada pelos resultados da distribuição (+80%) e de couros (+30%) no mercado interno.

 

Fonte: Agência Estado

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