A Embrapa Mandioca e Fruticultura (BA) e a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) lançaram no último dia 28 de outubro, em Siderópolis (SC), a variedade de bananeira BRS SCS Belluna.
“Com base em análises realizadas pelas Embrapa e Epagri, observou-se que a BRS SCS Belluna possui características de sabor e aroma que agradam ao consumidor de Santa Catarina, além de apresentar qualidades nutricionais diferenciadas que a tornam uma opção como alimento funcional”, explica o pesquisador Edson Perito Amorim, líder do Programa de Melhoramento Genético da Bananeira da Embrapa.
Resultado de uma expedição para coleta de germoplasma realizada por técnicos da Embrapa na Tailândia em 1985, com posterior introdução no Banco de Germoplasma de Banana mantido em Cruz das Almas. Após avaliações agronômicas nos campos experimentais, a cultivar mostrou-se promissora e foi enviada para diferentes regiões brasileiras para validação final, incluindo Santa Catarina, onde Epagri foi a responsável pelas avaliações agronômicas e sensoriais.
“Em 1999, a Embrapa junto com a Epagri plantou aqui no Estado mais de 15 unidades de observação, tanto no litoral norte como no sul do estado e ela se destacou em relação às outras cultivares. Tem o tamanho de fruto médio a pequeno, que é adequado para as famílias atuais, produção muito boa, produz a base de um cacho por ano por planta”, informa Márcio Sônego, pesquisador da Epagri.
CARACTERÍSTICAS
A nova cultivar é uma bananeira naturalmente biofortificada, o que a coloca em posição de destaque quando comparada às cultivares hoje em uso pelos agricultores brasileiros. É indicada tanto para o consumo in natura quanto processada, em especial sob a forma de farinha, chips e passas (banana desidratada). Mostrou-se rica em fibras e com menor conteúdo de carboidratos e valor calórico que as cultivares comerciais. Além disto, possui quatro vezes mais amido resistente que a Grande Naine e duas vezes mais que a Prata-Anã.
A BRS SCS Belluna é resistente à Sigatoka-amarela e ao mal-do-Panamá e moderadamente resistente à Sigatoka-negra, principais doenças que causam danos à bananicultura brasileira e mundial, e é excelente opção para cultivo em sistemas intensivos de produção orgânica e/ou agroflorestal. A produtividade média é em torno de 30 toneladas por hectare ao ano, podendo chegar a 40 toneladas por hectare ao ano.
A escolha do nome “Belluna” é uma homenagem à cidade de Siderópolis (SC), que em anos passados era chamada de Nova Belluno, uma menção à Comuna de Belluno, no norte da Itália, região de origem dos imigrantes que fundaram a cidade em 1882.
Um edital de oferta do material básico da nova cultivar foi aberto pela Embrapa no último dia 14. Produtores interessados em implantar jardim clonal e produzir mudas micropropagadas da BRS SCS Belluna devem se inscrever em www.embrapa.br/produtos-e-mercado.
Fonte: Embrapa Mandioca e Fruticultura