Os sojicultores de Mato Grosso comercializaram apenas 27,8% das 29.8 milhões de toneladas previstas para a safra 2016/2017. O pé no freio em relação as comercializações do ciclo anterior, que nesta época estavam em 47,9%, decorre das cotações futuras. Conforme a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), os produtores precisam ficar atentos quanto ao mercado, principalmente diante o custo de produção este ano estar em 53 sacas por hectare.
Os números de comercialização são do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA). Segundo o Instituto, as negociações futuras da safra 2016/2017 andam em “banho-maria” diante o movimento apresentado em 2015.
“A principal justificativa é que no ano anterior os preços estavam apresentando um ritmo de crescimento mensal considerável, com as cotações futuras se elevando em relação ao ponto de equilíbrio da safra, que é de R$ 51,11/saca. Já em 2016 ocorreu um movimento oposto. As cotações para a safra 16/17 estavam próximas a R$ 70,00/saca até junho, firmando-se bem acima do ponto de equilíbrio de R$ 50,84/saca, e estimulando as vendas. No entanto, a partir de então os preços iniciaram um movimento de queda, resultando em um ritmo quase “de lado” nas negociações, sobretudo em setembro, quando foram realizadas as menores vendas da safra”, explica o IMEA. O IMEA pontua ainda que caso os preços para o próximo ano sigam em queda, as vendas tendem em seguir na marcha lenta.
De acordo com o diretor técnico da Apsotoja-MT, Nery Ribas, em entrevista ao Agro Olhar, o produtor de soja de Mato Grosso deve ficar atento ao mercado nesta safra, pois o mercado é momentâneo. Ele observa se prevê nos Estados Unidos uma “supersafra” de aproximadamente 106 milhões de toneladas, proporcionando uma maior disponibilidade de matéria-prima no mundo.
“Tudo isso reprime as vendas, justamente com a incerteza quanto a nossa safra. Requer muita atenção, acompanhamento para que o produtor feche seus custos, venda sua soja para fechar seus custos para não ter surpresas no final. Depois no final especula-se, busca-se um tipo de alternativa para ter retorno, pois o IMEA nos tem mostrado um custo de produção que este ano está em 53 sacas por hectare. Então, para fechar esse custo tem que ter produtividade. E, produtividade não são resultados de uma safra para a outra, mas sim de anos de trabalho”, disse Nery Ribas.
Fonte: Olhar Direto