A Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja/MS) divulgou na sexta-feira (16), em Ponta Porã, as estimativas para a próxima safra do grão, ciclo 2016/2017. O município, que é o 2º maior produtor da oleaginosa do Estado, sediou o lançamento do plantio do grão após o fim do período de vazio sanitário.
Impedidos de plantar entre os dias 15 de junho e 15 de setembro, produtores estão autorizados a iniciar a semeadura em todas as regiões de Mato Grosso do Sul a partir desta sexta-feira. A medida é tomada anualmente para reduzir a ocorrência de focos de ferrugem asiática nas lavouras, o que pode colocar em risco a produção.
Números esperados
No lançamento do plantio, a entidade anunciou a intenção de utilizar 2.52 milhões de hectares para o plantio de soja no ciclo 2016/17, o que representará um crescimento de 2,44% no comparativo com a safra 2015/16, que ocupou 2.46 milhões de hectares.
Já em relação à produção, a expectativa é de colheita de 7.79 milhões de toneladas, também 2,44% à frente da produção de 2015/16, que foi de 7.60 milhões de toneladas. Se esse número se confirmar ao final da safra 2016/17, Mato Grosso do Sul terá produção historicamente recorde.
No entanto, mesmo com aumento de área e de produção, a perspectiva de produtividade média para o próximo ciclo se mantém estável, com 51,5 sacas por hectare.
Desafios e cuidados
O que explica a variação nula na produtividade, segundo o presidente da Aprosoja/MS, Christiano Bortolotto, são os desafios que estão à frente da safra verão.
“Essa será uma safra difícil. Um dos fatores determinantes para isso são os altos custos de produção, ainda mais altos neste ciclo. Além disso, o cenário é de uma super safra norte-americana e com possíveis preços baixos no momento da colheita no Brasil”, contextualizou o presidente.
Olhos atentos
“Isso afeta a rentabilidade do produtor brasileiro, por isso vai ser um ano em que vai ser preciso ficar de olho nos custos de produção e tomar todos os cuidados necessários, principalmente no que diz respeito às questões climáticas. A incerteza do clima também pode gerar uma realidade que afete a produtividade”, completou Bortolotto. “Com dois fatores aliados: risco climático e risco de preços baixos, é possível afirmar que esta safra exige muita atenção do produtor rural”.
Participaram do evento o secretário de Estado de Produção e Agricultura Familiar (Sepaf), Fernando Lamas, o chefe-geral da Embrapa Agropecuária Oeste, Guilherme Asmus, representantes da Fundação Meridional, além do presidente do Sindicato Rural de Ponta Porã, André Cardinal, e dos diretores da Aprosoja/MS André Dobashi, Juliano Schmaedecke, Lúcio Damalia e Luis Seibt.
A iniciativa, patrocinada pelo Governo do Estado, por meio da Sepaf e do Fundo para o Desenvolvimento das Culturas de Milho e Soja (Fundems), envolveu uma parceria da Aprosoja/MS com a Fazenda Jotabasso. O evento contou ainda com o apoio da Federação de Agricultura e Pecuária de MS (Sistema Famasul) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de MS (Senar/MS).
Fonte: Aprosoja/MS