O Plano Estadual de Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura – o Plano ABC Paulista –, lançado na segunda-feira, 29 de agosto, em São Paulo, disponibilizará cerca de R$ 20 milhões para os agricultores e pecuaristas. O anúncio foi feito pelo secretário Arnaldo Jardim, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado (SAA).
Os recursos serão utilizados na recuperação de áreas degradadas por erosões, pelo sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF); na preservação de nascentes e matas ciliares; no plantio direto na palha; em florestas; na produção de sementes e mudas; na pecuária de leite; e no desenvolvimento regional sustentável.
De acordo com o secretário, o plano se desdobrará em várias iniciativas em prol da produção sustentável, além de fornecer subsídios e conhecimento aos produtores rurais.
“Já temos algumas ferramentas deste plano disponíveis como, por exemplo, a lista de dez linhas de financiamento do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista – o Banco do Agronegócio Familiar (Feap/Banagro)”, informou Jardim, acrescentando que o Fundo também conta com uma nova linha de subvenção, chamada “Recuperação de Áreas Degradadas por Grandes Erosões” (Radge), que já tem 38 projetos implantados.
Coordenador da Assessoria Técnica da Secretaria e um dos responsáveis pela elaboração do plano estadual, José Luiz Fontes destacou que tais recursos vão contribuir para a transformação da agricultura paulista. Para ele, a união com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), outras secretarias e entidades representativas “foi essencial na formulação do Plano ABC para o Estado de São Paulo, o primeiro do País a elaborar a fase estadual da iniciativa”.
AÇÕES
O Plano ABC Paulista conta com parceria do Ministério de Agricultura, além de outras secretarias do Estado de São Paulo e entidades e prevê uma série de ações com o objetivo de reduzir a emissão de carbono na produção agropecuária, além de adaptar o agro às mudanças climáticas causadas pelo efeito estufa.
“Reunimos profissionais da nossa pasta e de mais cinco secretarias do governo paulista, além representantes de sindicatos rurais, do setor industrial do agronegócio e também do governo federal para encontrar soluções viáveis visando a mitigar os efeitos das emissões dos gases de efeito estufa (GEE) da agropecuária paulista”, destacou Jardim.
Dentre essas ações, o secretário do SAA citou a recuperação de 15 milhões de hectares de pastagens degradadas por meio do manejo adequado e adubação; o aumento da adoção de sistemas de ILPF e de Sistemas Agroflorestais (SAFs) em quatro milhões de hectares; a ampliação e a utilização do plantio direto em oito milhões de hectares; e o aumento da fixação biológica de nitrogênio em 5,5 milhões de hectares.
OBJETIVOS
“Promover a adoção, por parte dos produtores rurais e agroindustriais, de tecnologias sustentáveis de produção agropecuária e agroindustrial que reduzam a emissão de GEE, aumentem a fixação de CO2 no solo e na vegetação, aumentem a eficiência da produção e permitam a adaptação às mudanças climáticas pela agropecuária paulista”, são alguns dos objetivos destacados pelo secretário Arnaldo Jardim, a respeito das expectativas em relação ao Plano ABC Paulista.
Segundo ele, esta iniciativa já estava em andamento há algum tempo. “Antes da criação do grupo, a Secretaria estava fomentando o desenvolvimento de tecnologias agropecuárias capazes de manter os níveis de produção e, ao mesmo tempo, diminuir os níveis da emissão de GEE, seja na pecuária ou na agricultura”, observou Jardim.
SETE PROGRAMAS
O Plano ABC engloba sete programas, dos quais seis têm como objetivo apoiar a adoção de tecnologias de mitigação de GEE. São eles: Recuperação de Pastagens Degradadas, Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e Sistemas Agroflorestais (SAFs), Sistema Plantio Direto (SPD), Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN), Florestas Plantadas e Tratamento de Dejetos Animais. O sétimo programa propõe ações de adaptação às mudanças climáticas.
“Essas ações conjuntas trarão uma série de benefícios para a agricultura paulista que tende a se tornar uma referência para outros Estados”, salientou o secretário.
Por equipe SNA/SP